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24 de Jul de 2024
Guajajara quer questão ambiental como 'centro do projeto de país'
Renan Filho defende predisposição ao diálogo do governo e reconhecimento dos desafios de melhorar a infraestrutura de forma sustentável
Rafael Vazquez
24/07/2024
Em apresentação no evento "Brasil rumo à COP 30", organizado pela Editora Globo e grupo CCR, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, abriu sua fala a empresários lamentando a falta de avanços significativa na mitigação aos efeitos das mudanças climáticas. Na sua visão, o debate sobre o compromisso de tomar providência para não permitir que a temperatura média global aumente mais 1,5o é feito há décadas, mas até hoje se vê poucos resultados.
Ela destacou ainda que as tragédias relacionadas à eventos climáticos extremos estão custando caro e absorvendo recursos muito mais altos do que ações de mitigação e adaptação contra as mudanças climáticas custariam.
A ministra comentou que é fundamental contar com empresas privadas para o fortalecimento de uma economia verde no Brasil, aproveitando o potencial de produtos advindos de uma bioeconomia no país. Mas reforçou os apelos para que os povos indígenas deixem de ser atacados em territórios onde iniciativas ilegais executam atividades predatórias para a natureza e para as comunidades locais.
A ministra lembrou que, em todo o mundo, comunidades indígenas, que representam aproximadamente 5% da população global, ajudam a preservar 80% da biodiversidade. "É um dado relevante", reforçou.
A ministra criticou o marco temporal. "Legislações como essa trazem insegurança e fortalecem a violência nos territórios indígenas. Neste momento mesmo, estamos vendo aumento de conflitos em ao menos três Estados, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. A violência contra povos indígenas ainda é uma realidade muito cruel".
O ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, também discursou no evento e afirmou que o Brasil, sob a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mudou a imagem do país em relação a investimentos ambientalmente sustentáveis. Ele disse que o governo federal tem a predisposição ao diálogo e reconhece os desafios de melhorar a infraestrutura sem causar mais danos ambientais.
"Havia uma ausência do Ministério dos Transportes na agenda climática brasileira, como se transporte não tivesse nada a ver com o clima. Mas transporte é setor que mais emite carbono no mundo", observou, dizendo que sua gestão mantém um gabinete conjunto com o Meio Ambiente.
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