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Governo vai avaliar projeto Belo Monte

O Liberal-Belém-PA
15 de Jan de 2003

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, garantiu ontem que não haverá explosão tarifária no setor elétrico brasileiro e que o Brasil não corre o risco de falta de energia no curto prazo, mas a construção de novas usinas é demorada e, portanto, exige iniciativas rápidas. Pinguelli vê a Eletrobrás atuando em conjunto com a iniciativa privada, mas também investindo para ampliar a oferta de energia no País. A empresa tem orçamento de R$ 3,8 bilhões para 2003 e os projetos serão reavaliados pela nova direção. Pinguelli afirmou que os projetos de Belo Monte (hidrelétrica com capacidade de 11 mil megawatts a ser construída na Amazônia) e a usina de Angra 3 "serão estudadas" pelo novo governo. No caso da hidrelétrica, além da questão elétrica serão avaliados os impactos ambientais e as populações atingidas, até indígenas. Ele não quis se comprometer com prazos quanto à definição sobre estes projetos.

Tarifas - Segundo ele, o governo estudará maneiras para reduzir os riscos das empresas que, então poderão ter também uma remuneração menor, com reajustes menores de tarifas. Antes da cerimônia de posse no cargo, Pinguelli concedeu entrevista na qual usou sempre uma retórica de pensador do governo, e não só de presidente de estatal.

Reivindicando o direito de participar da política que vai definir as diretrizes do setor de energia, ele adiantou que criará na estatal um grupo de estudo para planejamento e reforma do setor. A equipe será formada por representantes da Eletrobrás, de institutos de pesquisa, universidades, e companhias privadas. Oriundo do meio acadêmico, Pinguelli foi um dos coordenadores do programa de energia da campanha do PT.

O objetivo do grupo, segundo ele, será o de levantar soluções para apresentar ao Ministério de Minas e Energia. "A Eletrobrás será uma das planejadoras do setor. O ministério faz o planejamento, mas nós vamos contribuir", afirmou. Segundo Pinguelli, o País precisa aproveitar o momento atual de excesso de oferta para pensar em maneiras de evitar um novo racionamento no futuro.

O novo presidente da estatal disse que vai manter um cronograma de captações no mercado externo necessárias para complementar o orçamento de investimentos do grupo. "Também trabalharemos para melhorar a classificação de risco da companhia", afirmou. Além disso a nova direção vai buscar o saneamento financeiro das distribuidoras federalizadas, como a Celg, de Goiás, e a CEB, do Distrito Federal, que prejudicam o desempenho econômico do sistema Eletrobrás.

O Brasil não corre o risco de falta de energia no curto prazo, mas a construção de novas usinas é demorada e, portanto, exige iniciativas rápidas. Pinguelli vê a Eletrobrás atuando em conjunto com a iniciativa privada, mas também investindo para ampliar a oferta de energia no País. A empresa tem orçamento de R$ 3,8 bilhões para 2003 e os projetos serão reavaliados pela nova direção.

Pinguelli afirmou que os projetos de Belo Monte (hidrelétrica com capacidade de 11 mil megawatts a ser construída na Amazônia) e a usina de Angra 3 "serão estudadas" pelo novo governo. No caso da hidrelétrica, além da questão elétrica serão avaliados os impactos ambientais e as populações atingidas, até indígenas. Ele não quis se comprometer com prazos quanto à definição sobre estes projetos.

Ouvidoria - Além disso, ele afirmou que será criado uma ouvidoria pública para acompanhar as atividades da companhia. Entre as atribuições da ouvidoria está a qualidade das geradoras estatais, a probidade administrativa e a atuação integrada com entidades do meio ambiente.

Ele disse que o grupo não vai promover novas cisões de empresas, embora tenha afirmado que nenhum processo do tipo feito até agora será revertido por enquanto. Uma das primeiras medidas da nova gestão da empresa será a transformação da Diretoria de Projetos em uma Unidade de Desenvolvimento Industrial, que incentivará a produção nacional de equipamentos destinados à geração alternativa de energia, como pequenas turbinas térmicas, painéis de captação de energia solar, e turbinas eólicas.

A Eletrobrás também focará na universalização do atendimento e no programa social proposto pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Pinguelli, a estatal usará os lagos dos reservatórios das hidrelétricas para criação de peixes e os terrenos das empresas para plantação de alimentos, como contribuição ao programa Fome Zero

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