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Governo quer setor privado na energia nuclear

OESP, Economia, p. B5
22 de Set de 2015

Governo quer setor privado na energia nuclear

Fernanda Nunes /RIO

Diferentes esferas do governo estão convencidas da necessidade do setor privado ter participação majoritária no investimento em energia nuclear, afirmou ontem o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, após evento promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham). "Há um consenso" de que é preciso mudar o atual modelo de exploração das usinas nucleares no Brasil, disse.
Para que a Eletrobrás, estatal do setor elétrico, ceda espaço para a iniciativa privada, no entanto, é necessário mudar a Constituição. Segundo a Constituição, o governo é obrigado a ser o sócio majoritário nas usinas nucleares e responder pela maior parcela do investimento. Essa imposição legal é o principal empecilho para que outras empresas, além da Eletronuclear (subsidiária da Eletrobrás para a geração de energia termonuclear), avancem na construção de usinas. A Eletrobrás, à qual caberia o investimento em novas usinas nucleares, passa por dificuldade de caixa e possui limitações para investir. Ao mesmo tempo, a EPE diz que essas usinas serão necessárias para compensar a queda da participação da geração hidrelétrica na matriz energética no longo prazo. Hidrelétricas. Hoje, o governo tem dificuldade de tirar do papel hidrelétricas, como a de Tapajós. Esse projeto deve antes receber o aval da Funai, uma vez que a construção da usina terá impacto sobre terras indígenas. Há anos, as negociações prosseguem sem que se chegue a uma conclusão sobre o que é melhor: aproveitar ao máximo os recursos hídricos, com possíveis prejuízos aos índios, ou partir para a geração de energia térmica, mais cara e poluente.

OESP, 22/09/2015, Economia, p. B5

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