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Fiscais do ICMBio apreendem armas e restos de animais silvestres no Parna da Serra do Itajaí

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Carlos Oliveira
27 de Jul de 2009

Em operação conjunta com agentes da Polícia Federal na semana passada, fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), lotados no Parque Nacional (Parna) da Serra do Itajaí, em Santa Catarina, apreenderam numa fazenda no interior da unidade cinco espingardas, um revólver, uma pistola 390 e farta munição, além de equipamentos para fabricar balas. Também foram apreendidos troféus de caça, carne de animais silvestres e madeira nativa.

A fazenda, que deve ser desapropriada no processo de regularização fundiária do Parna, fica no lugar chamada Braço do Salão, no município de Presidente Nereu. Ela foi incluída nos limites do parque quando da transformação da área em unidade de conservação. Pertence a Osni Farias, que se diz, segundo testemunhas ouvidas pelos investigadores, o maior caçador da região. Com a chegada dos fiscais, ele desapareceu, mas deverá ser indiciado por prática de crime ambiental e por porte ilegal de arma.

De acordo com o chefe do parque, Fábio Faraco, em cerca de dois quilos de carne havia, pelo menos, partes de mais de 60 pássaros nativos, pequenos e não usualmente caçados. "Normalente, os caçadores escolhem animais de maior porte, como jacus, macucos, tucanos, e não passarinhos pequenos," disse ele. Ainda estavam estocados num freezer uma carcaça de cutia, outra de lagarto e vários quilos de partes de outros animais ainda não identificados. Apenas a perícia de biólogos especialistas deverá determinar de que bichos são os restos encontrados.

Entre outras o material apreendido, havia partes do corpo de animais consideradas troféus por caçadores, como explica Faraco. "Encontramos uma pata de anta, talvez de uma das últimas do parque, morta entre as décadas de 70 e 80, patas de veado mateiro, cabeças de jacus, unhas de puma, dentes/presas de pelo menos seis porcos do mato, animal extremamente raro no sul do Brasil, tendo no Parna um dos últimos refúgios." Os agentes também encontraram uma rede de neblina, que é muito fina e quando esticada entre dois bambus pode chegar a mais de dois metros de comprimento. O apetrecho é praticamente invisível às aves.

Essa ação se deu após investigações na região, uma das áreas de mais mais difícil acesso no parque. Fábio Faraco lembra que muitos outros locais estão sendo monitorados, dentro e fora do Parna. As pessoas flagradas perderão todos os equipamentos utilizados e ainda poderão ser presas. "Temos patrulhas diárias, noturnas e diurnas, sem tréguas aos infratores," afirma.

Esse tipo de ação, segundo ele, tem surtido efeito positivo na preservação da natureza. "Temos percebido, por meio de registros em campo e de moradores no entorno, diminuição de crimes ambientais na unidade. Isso mostra estarmos no rumo certo e que as denúncias que recebemos têm nos ajudado a preservar este maravilhoso pedaço de Mata Atlântica, única em biodiversidade e belezas naturais."

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