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Evento vai discutir questões de gênero e violência contra indígenas no Amazonas

A Crítica- http://www.acritica.com
Autor: Silane Souza
20 de Set de 2016

"O desafio é falar sobre os Direitos Humanos e suas violações a partir de uma perspectiva multicultural que reconheça e respeite o direito de autonomia dos povos indígenas, além de construir estratégias de atuação exitosas". Aponta a secretária executiva de Políticas para as Mulheres, Keyth Bentes.

Hoje, a Secretaria Executiva de Políticas para as Mulheres (SEPM) e a Fundação Estadual do Índio (FEI) vão promover o colóquio "Refletindo as Questões de Gênero e Violência contra as Mulheres Indígenas no Amazonas". O evento é realizado em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Indígena comemorado no último dia 5.

Conforme Keyth, a proposta visa contribuir para o avanço do debate sobre o tema junto aos movimentos e demais instituições indígenas para fortalecer as ações voltadas às mulheres indígenas e inserir políticas públicas específicas. "A violência contra a mulher indígena ainda é vista como um grande tabu na sociedade", afirma.

Para a secretária executiva de Políticas para as Mulheres, a dificuldade de falar sobre esse tema tem a ver com a cultura machista e cultural enraizada na tradição desses povos. "A questão cultural é maior para a mulher indígena que vive na aldeia do que para a mulher da cidade. Ela acha que deve estar à disposição do companheiro sempre", comenta.

Keyth conta que recentemente participou de um fórum em Atalaia do Norte onde ouviu muitos relatos de violência doméstica nas aldeias de Atalaia do Norte, Benjamim Constant e Tabatinga. "As mulheres indígenas daquela região pedem socorro. O Estado não chega às aldeias porque elas têm uma legislação própria, mas não vamos deixar de discutir o tema e buscar intervenções conjuntas", garantiu.

Ela enfatizou o fato de que em algumas aldeias as mulheres não podem falar só os homens. "Nas aldeias mais isoladas, as mulheres não têm muita autonomia, ainda dependem do companheiro para falar por ela. Por isso precisamos discutir com antropólogo, sociólogo, psicólogo, professores, entre outros, para que possamos atuar sem ferir os direitos étnicos, raciais, de território, entre outros".

O colóquio "Refletindo as Questões de Gênero e Violência contra as Mulheres Indígenas no Amazonas" também busca estratégias de fortalecimento das ações voltadas às mulheres indígenas. "Não há ainda articulação de todos os setores no entorno dessa temática. Cada instituição trabalha de forma isolada. Queremos fazer essa junção de esforços para trabalharmos de forma organizada com atendimento e recurso para que as políticas sejam viabilizadas", finaliza Keyth.

Frase

"Essa discussão sobre a violência contra a mulher indígena precisa vir à tona porque é algo que ainda acontece muito nas aldeias e, portanto, necessita de uma intervenção" - Keyth Bentes - secretária executiva de Políticas para as Mulheres.

Saiba mais

Para a secretária executiva de Políticas para as Mulheres, Keyth Bentes, é preciso fortalecer o reconhecimento dos direitos da mulher indígena, a questão de gênero na aldeia, principalmente porque o Amazonas é um Estado brasileiro predominante indígena e onde há ainda muito preconceito contra esses povos. "Queremos muito enquanto governo contribuir com essa temática".

Evento é nesta terça-feira (20)

O colóquio "Refletindo as questões de Gênero e Violência contra as Mulheres Indígenas", nesta terça-feira, das 8h às 14h, no auditório da Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na rua Maceió, bairro Parque Dez de Novembro, Zona Centro-Sul.

Será realizada uma palestra com o tema, "Refletindo as questões de Gênero e Violência contra as Mulheres Indígenas"; três mesas redondas sobre cultura, educação e saúde indígena e quatro salas temáticas onde serão abordados assuntos como cidadania, violência, poder e participação.

Entre os palestrantes estão a coordenadora-geral de Promoção da Cidadania da Fundação Nacional do Índio (Funai), Léia do Vale Rodrigues, o membro do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Daniel Tavares, e a representante da União de Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira-UMIAB e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Rosimere Maria Vieira Teles.

O evento é fechado às instituições e organizações convidadas.

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