VOLTAR

Estrada Velha reabre para passeios a pe

FSP, Cotidiano, p.C4
15 de Fev de 2004

Planejamento pode reduzir efeito
DA REPORTAGEM LOCAL Entre 1900 e o ano 2000, a cidade de São Paulo sofreu um aquecimento de 1,2C. O aumento foi 50% maior que o registrado na cidade de Nova York (EUA) no mesmo período -0,8C.A comparação mostra que, embora o aquecimento seja uma conseqüência inevitável da urbanização, pode ser reduzido por meio do planejamento, diz a geógrafa Magda Adelaide Lombardo, professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro e da pós-graduação da USP e uma das primeiras pessoas a estudar ilhas de calor no mundo. "As ilhas de calor resultam do desequilíbrio na proporção entre áreas verdes e água de um lado, asfalto e concreto de outro. São Paulo cresceu canalizando córregos, desmatando e se verticalizando", completa.As causas do problema, portanto, são conhecidas: altas concentrações de edifícios, vias pavimentadas e superfícies como asfalto e concreto, que retêm calor; muitos carros que, consumindo combustíveis, liberam energia; poluição atmosférica, que também favorece a retenção de calor; falta de vegetação e de espelhos d'água.Toda essa ação modificadora encontra a reação natural na forma das tempestades, diz Augusto José Pereira Filho, do IAG/USP. "O ambiente fica superaquecido, como se fosse uma fogueira. A natureza tentar apagar a fogueira com a chuva." A solução para o problema? "Revegetar a cidade."Falar é fácil, fazer nem tanto. O Plano Diretor de São Paulo prevê o aumento de áreas verdes nos fundos de vale e ao longo de rios e córregos, com os parques lineares, explica Ivan Maglio, da Secretaria do Planejamento. Mas ainda não há nenhum parque linear concluído. Só um novo parque municipal foi inaugurado -outros três devem ser entregues neste ano-, e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente construiu seis praças pelo Procav (programa de canalização de córregos).Outra ferramenta importante é a nova lei de zoneamento, que ainda está em discussão na Câmara. Ela aumenta a porção de área verde por empreendimento imobiliário de 5% para 15%. Nos planos diretores regionais, o percentual chega a 30% nos mananciais."Podemos fazer de São Paulo uma nova cidade, mas não é fácil. Por que você acha que a lei de zoneamento e os planos regionais ainda não saíram?", pergunta o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo. (MV)
Estado cria novos circuitos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS O pólo ecoturístico Caminho do Mar integra um projeto do governo do Estado, em execução, de implantação de circuitos turísticos na maioria das regiões. O litoral está contemplado com outros dois -o Caminhos de Anchieta, uma versão local do caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e o Circuito dos Fortes.O primeiro pretende recuperar as trilhas litorâneas percorridas pelo padre José de Anchieta no século 16. O segundo propõe visitas integradas a oito fortalezas históricas construídas entre os séculos 16 e 20 em Santos, no Guarujá e em Bertioga. Em ambos os casos, a resolução de criação dos circuitos está assinada. A previsão para o início das operações turísticas é de três meses.Além desses, foram criados ou se encontram em fase de formulação dos projetos outros oito, dos quais um está em funcionamento. É o Circuito das Frutas, que reúne 12 cidades das regiões de Atibaia, Bragança Paulista e Campinas. Dos que estão em processo de implantação, o mais adiantado é o dos Bandeirantes (oito municípios na região de Itu).Definido o formato administrativo do programa, o Estado concede a exploração por meio de concorrência pública ou cessão aos municípios. Nos casos dos circuitos das Frutas e dos Bandeirantes, optou-se pela criação de consórcios de prefeituras para gerenciar os programas.Até o final deste ano, está prevista a criação dos circuitos Café com Leite, das Águas, do Rio Aguapeí, de Aventura e Lazer, Ecoturístico do Vale do Ribeira e da Hidrovia Tietê-Paraná. (FS)
ONG deve gerenciar turismo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS A execução do projeto do pólo ecoturístico Caminho do Mar envolve quatro secretarias estaduais (Cultura, Transportes e Energia, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento e Turismo), mas a administração não será do governo paulista."Estamos organizando o turismo no local, mas não temos a intenção de explorar porque, na nossa opinião, isso não é função do Estado. Pretendemos entregar a gestão operacional a uma ONG (organização não-governamental)", afirmou o secretário-executivo de Turismo, Marco Antonio Castello Branco.Isso deverá acontecer somente depois da restauração dos monumentos, incorporados ao patrimônio da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e que situados às margens da rodovia, administrada pela estatal Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).O projeto de restauração, que custará pelo menos R$ 4,1 milhões, já recebeu certificação da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Com o atrativo dos benefícios fiscais concedidos por essa lei, a pretensão é atrair empresas públicas e privadas para investir na obra.MonumentosEntre os monumentos que necessitam de restauração, estão o Pouso de Paranapiacaba e o Rancho da Maioridade, ambos com grandes painéis pintados em azulejo, antigos pontos de parada para os carros que subiam a serra pelo Caminho do Mar no início do século 20.O patrimônio de maior valor histórico é a calçada do Lorena, um caminho pavimentado com lajes de pedra e construído no final do século 18 com base em projeto do Real Corpo de Engenheiros. Pela calçada, passou a comitiva de d. Pedro 1o, de volta do litoral, antes de proclamação da Independência do Brasil, em 1822. (FS)
FSP, 15/02/2004, p.C4

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.