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Enfim, boas notícias para a cidade

O Globo, Rio, p. 12
14 de Nov de 2008

Enfim, boas notícias para a cidade
Parque Nacional da Tijuca terá gestão conjunta e metrô vai fazer conexão direta da Pavuna a Botafogo

Fábio Vasconcellos e Tulio Brandão

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, decidiram ontem formar uma parceria que pode dar vida nova a um dos mais importantes parques urbanos do mundo. Vão reatar a gestão compartilhada do Parque Nacional da Tijuca -- nos moldes da que existiu entre 2001 e 2005. Entre os trabalhos que poderão ser realizados em conjunto, estão a questão do lixo, do saneamento básico do entorno da unidade e a contenção do crescimento de favelas. A parceria, que deve começar no início do mandato de Paes, dará mais verbas, recursos humanos e importância política para o parque. De acordo com o ministro, já nos primeiros dias de janeiro as equipes de Paes e do governo federal vão se reunir para acertar os detalhes da administração do parque.

- Hoje, há 16 comunidades no entorno da unidade. Faremos um trabalho em conjunto tanto no sentido interno, de unir a administração do Parque da Tijuca, como externo, para evitar que essas comunidades avancem sobre os limites da floresta - explicou Minc, que se encontrou com Paes e o futuro secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, na Fundação Getúlio Vargas.

Para o prefeito eleito do Rio, a gestão compartilhada é a primeira parceria de muitas que serão desenvolvidas com a União.

- Conseguimos avançar em muitas questões hoje. Essa é mais uma das parcerias que a gente inicia com o Governo federal - diz Paes.

O atual chefe do Parque Nacional da Tijuca, Ricardo Calmon, que trabalha para o Instituto Chico Mendes, do governo federal, comemorou a decisão:

- Há um interesse mútuo. Sou favorável porque o parque tem uma importância grande para o município, é uma área de muitas interfaces com a cidade. Há interesse comum em questões como o acesso ao Corcovado, a contenção de favelas, o transporte e até a candidatura do Rio como patrimônio mundial. Se não houver relação com o município, é mais difícil gerir.
Futuro secretário de Turismo é escolhido
Entre os principais desafios do parque, Calmon citou a questão da segurança, a reforma da Hotel das Paineiras, o combate ao desmatamento provocado por loteamentos irregulares de classe média e de favelas e a reforma do Corcovado. Na questão da segurança, Calmon espera a participação maciça de vigilantes e guardas municipais nos pontos turísticos e até o monitoramento nas trilhas:
- Hoje, temos 15 guardas, contando os cinco que ficam no Corcovado.
Precisaríamos, no mínimo, de 50.

O diplomata Pedro da Cunha e Menezes, primeiro diretor do parque durante os anos de gestão compartilhada, disse que a presença do município é uma enorme ajuda: - O gestor tinha status equivalente a presidente de fundação, com acesso a todas as pastas do município. A unidade era entendida como um ativo do município. E, de fato, é um dos principais ativos - afirma Pedro.

A primeira experiência com a gestão compartilhada aconteceu entre maio de 2001 e fevereiro de 2005. O prefeito Cesar Maia rompeu a parceria depois que fiscais do Ibama multaram a prefeitura em R$ 500 mil por despejo irregular de lixo no Aterro de Gericinó.

Na ocasião, ele retirou 24 guardas municipais e 78 garis do parque.

Ontem, pela manhã, Paes apresentou seu futuro secretário de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, que, coincidentemente, foi administrador do Parque da Tijuca, no período de gestão compartilhada. Tesoureiro da campanha de Paes, ele teve o nome anunciado ontem durante uma visita ao Pão de Açúcar. Aos 34 anos, Figueira de Mello também vai acumular a presidência da TurisRio. Ex-subsecretário estadual de Turismo até junho deste ano, Mello disse que uma de suas prioridades é promover o Rio no exterior. Ele prometeu novidades para o réveillon e mudanças na organização do carnaval, que pode sair das mãos da Liesa.

O Globo, 14/11/2008, Rio, p. 12

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