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30 de Ago de 2024
Depois de 12 dias em Brasília, a comitiva de lideranças indígenas de Roraima encerra hoje ( 30), a agenda de incidência em reunião com a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. O tuxaua geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista, parabenizou a presidenta e toda equipe pelo trabalho desenvolvido no órgão. Lembrou que em outros momentos foram recebidos com bombas e ataques de policiais.
A liderança indígena, Lázaro Wapichana, relatou sobre a retomada na terra indígena Manoá-Pium, onde reocupam 24 mil hectares, que ficaram de fora da demarcação com o total de 43 mil hectares homologados. "O que trago com isso é deixar claro que não vamos sair desse território. Fomos intimados para sair em 15 dias e não saímos. O território sagrado, não vamos sentar na mesa de negociação. É uma área de pesca, caça e uma área de preservação. Se tivéssemos saído, já tinha sido tudo devastado, porque ali é uma área do agronegócio", relatou o Tuxaua.
O coordenador das Serras na terra indígena Raposa Serra do Sol, Amarildo Macuxi, reforçou a preocupação com a lei do marco temporal 14.701 que já está em vigor, uma lei inconstitucional que tem fortalecido a invasão nos territórios. " Essa conciliação não vai beneficiar as comunidades indígenas, vai beneficiar os latifundiários", acrescentou. Aproveitou para reforçar a denúncia do aumento do garimpo ilegal no território, afetando rios como o Maú, onde há a presença de garimpeiros ilegais e uma estrutura grande, segundo o coordenador. Citou que recentemente houve denúncia de 09 balsas na região.
As lideranças indígenas jovens, Paulo Ricardo e Ana Cláudia, expressaram profunda satisfação e orgulho pela representatividade no órgão indigenista. "Estamos aqui para fortalecer a senhora. Nos sentimos representados".
A presidenta informou o cenário desafiador frente ao debate em torno da lei 14.701, a situação do órgão indigenista para atuar nas ações, principalmente relacionadas à demarcação. Informou que, mesmo com as dificuldades, o órgão tem avançado com 38 novos grupos de trabalhos(GTs), mais de 148 pedidos de identificação em andamento, incluindo a terra indígena Arapuá, em Roraima, onde a equipe já está em campo realizando os trabalhos.
Reforçou que em relação a mesa de conciliação no STF, mesmo representando o governo, a posição do órgão indigenista é defender os direitos indígenas. "A Funai tem autonomia por lei de defender os direitos indígenas", acrescentou.
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