VOLTAR

Empresas já se preparam para dar seus lances

OESP, Economia, p. B6
10 de Jul de 2007

Empresas já se preparam para dar seus lances
Construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa encabeçam consórcios em formação; interesse não pára de crescer

Renée Pereira

A lista de empresas interessadas em disputar as usinas do Rio Madeira tem ganhado nomes de peso nas últimas semanas. Antes mesmo de a licença prévia ser liberada, grupos renomados, como CPFL, Cesp, Light, Alcoa e Votorantim, além de fundos de investimentos, já começavam a fazer estudos e buscar parceiros para participar do leilão da Hidrelétrica de Santo Antônio, a primeira a sair do papel. A unidade terá capacidade de produzir 3.150 megawatts (MW) e exigirá investimentos de R$ 12 bilhões.

Até o momento as construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa encabeçam dois consórcios em formação, que devem abrigar boa parte das companhias interessadas. A Odebrecht, responsável pelos estudos de viabilidade econômica, social e ambiental, ao lado da estatal Furnas, deve contar com a participação de um fundo de investimento liderado pelos bancos Santander e Banif. "Agora, com a liberação da licença, vamos acelerar a definição dos parceiros", informa o diretor da Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura, Irineu Meireles.

Em meados de junho, a construtora foi surpreendida pelo governo com a notícia de que Furnas não participará do leilão das hidrelétricas, como estava previsto. As duas empresas iniciaram os estudos do rio em 2001 e entraram com o pedido de licença prévia em maio de 2005. "Até bem pouco tempo ninguém acreditava na viabilidade desse empreendimento. Só nós e Furnas", observa Meireles.

A Camargo Corrêa entrou em cena em dezembro do ano passado e tem trabalhado pesado para agrupar um número grande de empresas. A construtora já foi procurada pelas principais distribuidoras do País (CPFL e Light), a geradora Cesp, Alcoa e Votorantim. "A definição de um cronograma de edital e leilão vai facilitar a decisão dos investidores", diz o diretor-executivo da Amazônia Madeira Energética (Amel), João Canellas de Mello, da Camargo Corrêa.

Mas as duas construtoras devem ter concorrência na disputa por Santo Antônio. A distribuidora do Rio de Janeiro, Light, já se movimenta para criar um consórcio só de concessionárias para participar do leilão.

Segundo o presidente da empresa, José Luiz Alquéres, a intenção é criar um grupo com 3 ou 4 distribuidoras de peso, com grande capacidade patrimonial. Ele comenta que as conversas com possíveis parceiros já começaram e que há grande interesse. Só faltava a licença prévia.

"No momento, estamos desenvolvendo estudos internos para saber qual a nossa capacidade de endividamento e qual o preço da energia seria mais competitiva para a empresa", diz ele, que defende que a geração das usinas do Madeira seja destinada ao serviço público, não aos autoprodutores, que também se interessam pelo empreendimento.

Outra empresa que está de olho nas hidrelétricas é a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), cuja definição sobre uma possível privatização não foi definida ainda pelo Governador José Serra. Segundo fontes do setor, a participação da geradora seria viável do ponte de vista de operação, já que a estatal opera cerca de 59 unidades.

OESP, 10/07/2007, Economia, p. B6

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.