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Em Pirapora, espuma já é parte da paisagem

OESP, Cidades, p. C6
21 de Jul de 2005

Em Pirapora, espuma já é parte da paisagem
Apesar de estação construída em 2004, cidade da Grande São Paulo ainda sofre com poluição do Rio Tietê

Bárbara Souza

Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, ganhou estação de tratamento de esgoto em 2004 e um sistema de monitoramento feito pela Sabesp para evitar a formação de espuma tóxica no trecho do Rio Tietê que corta a cidade. Não adiantou. A paisagem não está tão prejudicada como em 2003, quando a espuma chegava a quatro metros de altura, mas, em algumas madrugadas, o rio fica coberto por uma grande manta branca e malcheirosa.
Ontem, o aspecto do rio contrariou as expectativas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do então vice-presidente de Produção da Sabesp, Antonio Marsiglia Netto, que chegou a afirmar, em setembro de 2003, que os moradores de Pirapora poderiam ver, a partir de 2005, as águas do Tietê "se tornarem transparentes".
Estava todo branco, com o leito encoberto por flocos espessos de espuma. Alckmin só soube por meio de fotografia que o problema havia voltado, em visita ao Estado ontem. Ao passar pela Redação, viu uma foto feita pelo repórter fotográfico Helvio Romero, em 2003, quando a espuma invadia uma casa. "Essa foto é daquela cidade, né?", questionou o governador. "Agora não tem mais isso."
Foi alertado que a espuma estava de volta. E parou para observar, em um computador, as imagens feitas na madrugada de ontem pelo repórter fotográfico Beto Barata. Mesmo diante das imagens, explicou como funcionava o sistema usado para dissipar a espuma. Uma estação capta água de um córrego não poluído da região e a bombeia até a tubulação que percorre a extensão do rio, lançando jatos sobre as espumas. Falou também da estação de tratamento de esgoto.
"Não é que a espuma esteja voltando, ela nunca sumiu", disse o prefeito da cidade, Raul Bueno (PSDB). Mais do que espuma, para ele, o grande problema da cidade nesta época do ano é a poluição. Bueno diz que 80% dos atendimentos feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são por problemas respiratórios provocados pela má qualidade do ar. Segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, a espuma é provocada pela estiagem dos últimos dias associada à queda da temperatura.

OESP, 21/07/2005, Cidades, p. C6

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