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Em 2014, 70% do esgoto que chega a represas será tratado, diz governo

FSP, Cotidiano, p. C4
21 de Out de 2010

Em 2014, 70% do esgoto que chega a represas será tratado, diz governo
Meta é que até 2020 os rios do sistema Billings/Guarapiranga não recebam mais esgotos
Poluição amplia custos de tratamento; água da Billings só é usada pela Sabesp se Guarapiranga estiver com nível baixo

Eduardo Geraque

Em 2014, 70% do esgoto que chega às represas Billings e Guarapiranga, na parte sul da região metropolitana de São Paulo, será tratado. O ano marcará o encerramento da fase 3 do projeto de despoluição do rio Tietê.
"O nosso compromisso é acabar com o esgoto nos rios da região em 2020. Não estou falando que os rios vão estar limpos, mas que eles não vão receber mais esgotos", disse Dilma Pena, secretaria de Energia e Saneamento do Estado de São Paulo.
Apesar de a Sabesp não ter a mínima noção de quanto a grave poluição do sistema aumenta seu custo para tratar as águas sujas das represas, existe um parâmetro que indica o estrago que o esgoto e toda a sujeira do sistema Billings/Guarapiranga provocam.
Tratar a água na zona sul da cidade é aproximadamente três vezes mais caro do que fazer o mesmo processo com as águas do sistema Cantareira, que está menos sujo.
"Mas a diferença no custo não é toda culpa da poluição. Existem outros fatores, como a eficiência do processo. Eles são feitos por sistemas construídos em épocas diferentes", afirma Hélio Castro, superintendente da Sabesp.

INTRAGÁVEL
Nem toda a água da Billings, que é totalmente intragável antes do tratamento feito nas estações, é usada todos os dias pela Sabesp.
Existem barragens que impedem que águas em áreas onde a situação é mais crítica se misturem com locais que estão mais limpos.
No caso da cidade de São Paulo, apenas quando a Guarapiranga está com seu nível baixo é que existe o bombeamento a partir da Billings.
"Neste ano, por exemplo, não houve necessidade dessa transposição por causa da grande quantidade de chuvas", diz Dilma Pena, secretária do governo tucano.
Para a despoluição total dos rios da região metropolitana, é preciso ainda diminuir o impacto da chamada poluição difusa.
A provocada, por exemplo, pelos pneus dos carros sobre o asfalto ou por aquela bituca de cigarro lançada pela janela.

ENTREVISTA
Tratamento tem início na represa, afirma secretária

Apesar do lixo e do esgoto que chegam às represas Billings e Guarapiranga, a água fornecida pela Sabesp na zona sul da cidade é totalmente potável, segundo a empresa.
"É uma água industrializada", afirma Dilma Pena, secretária de Energia e Saneamento.

Folha - O governo retira o lixo das represas ou apenas trata a água?

Dilma Pena - Temos boias que juntam o lixo nos braços da represa e recolhem todo esse material. A Guarapiranga tem lixo em alguns pontos, mas não tem a mesma quantidade da Billings.
O tratamento começa na represa, quando há florescimento de algas microscópicas, por exemplo. Esses problemas têm diminuído. Não temos problemas de odor faz tempo.

Folha - Como não dá mais para tirar as pessoas do entorno, qual o plano do governo a longo prazo?

Dilma Pena - Investimos R$ 1,29 bilhão no programa Mananciais. Para urbanização de 43 favelas e o tratamento do esgoto. É um trabalho que precisa continuar por dez anos. É fundamental tratar todo o esgoto da região metropolitana, porque tudo acaba no Tietê.
A fase 3 do programa de despoluição do rio vai terminar em 2013, 2014. Mas já estamos começando a fase 4, que vai até 2020.

FSP, 21/10/2010, Cotidiano, p. C4

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