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Desmatamento da mata atlântica cai 69% em 5 anos

OESP, Vida, p. A16
28 de Mai de 2008

Desmatamento da mata atlântica cai 69% em 5 anos
'Atlas dos Remanescentes Florestais' aponta que restam apenas 7,26% da área original

Alexandre Gonçalves

Houve uma redução de 69% na taxa de desmatamento da mata atlântica no período de 2000 a 2005, quando comparada aos cinco anos anteriores. O dado está no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, lançado hoje pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo também mostra que o bioma foi reduzido a apenas 7,26% da sua área original.

"Só uma parcela da queda na taxa de desmatamento pode ser explicada por políticas públicas efetivas e pela mobilização da sociedade civil", aponta a coordenadora geral da pesquisa, Márcia Hirota, da Fundação SOS Mata Atlântica. "Infelizmente, um dos principais motivos é ter sobrado pouca floresta para desmatar, geralmente em lugares de difícil acesso."

A pesquisa também apresenta dados de desmatamento de 2005 a 2007 nos 51 municípios que mais destruíram a floresta entre 2000 e 2005. Segundo Márcia, os dados mostram que houve aumento no ritmo de desmatamento em pelo menos 12 cidades nos dois últimos anos.

Mafra (SC) é a primeira da lista. De 2000 a 2005, perdeu anualmente 583 hectares. De 2005 a 2006, o índice foi de 694. Logo depois, estão Itaiópolis (SC) e Santa Cecília (SC).

ESTADOS

Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia, respectivamente, foram os campeões do desmatamento no período 2000-2005. Ana Cimardi, coordenadora do Programa de Proteção da Mata Atlântica do governo catarinense, afirma que o Estado está realizando um levantamento das áreas preservadas no seu território. "Por isso, não podemos comentar agora a pesquisa divulgada hoje (ontem)", justifica Ana. "Faremos isso no segundo semestre, quando teremos dados para comparar."

O diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, Humberto Cavalcanti, aponta algumas razões para que, em números absolutos, o Estado tenha sido o segundo maior desmatador da mata atlântica. "Somos um dos Estados da federação com maior área e, além disso, temos mais florestas preservadas do que São Paulo e Paraná", considera Cavalcanti.

A região mais ameaçada são as florestas de araucárias no sul do Paraná e norte de Santa Catarina. "Aumentou o desmatamento nessa área porque a população local queria desestimular a criação de unidades de conservação", considera Paulo Castella secretário-executivo do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Paraná. O Estado foi o campeão do desmatamento entre 1995 e 2000, mas, na pesquisa divulgada ontem, diminuiu em 84% a taxa de destruição das florestas.

OESP, 28/05/2008, Vida, p. A16

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