Página 20-Rio Branco-AC
07 de Mai de 2003
Há certas oportunidades que a vida oferece a uma população sobre a qual todos os astros conspiram a favor, me refiro a "onda verde" que varre toda a região que compõe a Amazônia Brasileira, onde se localiza a maior floresta tropical do planeta.
Nunca, em tempo algum, os vetores sociais e políticos estiveram tão alinhados e próximos de realizar uma verdadeira redescoberta da região, sob uma nova ordem ambiental, o capital verde existente passará a ser objeto de vários programas e ações de desenvolvimento sustentável.
No campo político, assiste-se a ascensão de grupos políticos comprometidos com a questão ambiental, como se observa no Acre, Pará, Amapá e mais recentemente no Amazonas, com o lançamento do projeto "Zona Franca Verde", que pode se transformar na mais valiosa ferramenta de mobilidade social aliada à conservação dos recursos florestais, realizando o aproveitamento destes recursos de forma sustentada.
A razão de ser do desenvolvimento sustentável deve assegurar por completo que o aproveitamento dos recursos naturais deva ser feito de forma garantir a conservação das espécies para futuras gerações e ao mesmo tempo, atribuir um valor monetário ao caboclo que habita a floresta, satisfazendo suas necessidades econômicas, isso, pressupõe que a atividade econômica de coleta e extração de qualquer recurso florestal deva ser feita de forma possibilitar uma agregação de valor ao produto e que este valor adicionado de trabalho seja compatível com o retorno monetário.
Atualmente, existem várias empresas brasileiras que se dedicam ao aproveitamento de recursos florestais não-madeireiros, com finalidades específicas de obter insumos para produtos fitocosméticos e fitoterápicos, tais como óleos, essências, gomas, extratos, raízes etc, os quais tem um amplo espectro de utilização, desde propriedades medicinais até cosméticas, na linha de cuidados de beleza da pele e cabelo, onde a marca "Amazônia" é o principal apelo de marketing.
Todavia, os consumidores destes produtos naturais e/ou orgânicos observam que a escolha dos produtos terminados está condicionada a certeza que as populações tradicionais foram consideradas e que a questão ecológica foi observada.
Organismos públicos que fomento e capacitação, disponibilizam fundos para a consolidação das cadeias produtivas e seus arranjos locais, privilegiando aqueles que melhor gerenciam seus recursos e demonstrem um mínimo de organização comunitária, pois, a base cooperativista ainda é a mais consolidada para distribuição de recursos entre uma população.
Na mesma linha de ação, encontram-se várias OSCIP e ONG´s que patrocinam programas específicos de preservação ambiental, resgate de cidadania e capacitação técnica aos pequenos extratores da floresta, neste campo específico, a sociedade civil empresarial deve ser chamada a contribuir com estes programas, como forma de explicitar sua responsabilidade social.
A implantação de programas e ações que estabeleçam o desenvolvimento sustentável nas mais diversas regiões, considerando a lógica da vocação natural do lugar sinalizado pelo ZEE_ Zoneamento Ecológico Econômico transformará o interior em pequenos focos de irradiação produtiva, gerando emprego e renda necessários ao crescimento econômico em bases sustentáveis, evitando o êxodo rural e proporcionando qualidade de vida aos cidadãos da floresta.
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