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Desenvolvimento Sustentavel

FSP, Opiniao, p.A2
Autor: ALMEIDA, Luciano Mendes de
02 de Jul de 2005

Desenvolvimento sustentável
Luciano Mendes de Almeida
Quatro dias de intenso trabalho, de 27 a 30 de junho de 2005, na capital mineira, marcaram o 3o Encontro do Terceiro Setor, em Minas Gerais. Abriu-se amplo debate na busca de implementar políticas públicas no combate às desigualdades sociais.
O tema central do encontro foi a "intersetorialidade", que conjuga ações entre a sociedade civil organizada, governos e empresas. Caracterizou esse debate sobre a cidadania o comparecimento numeroso das autoridades nos diversos setores com tempo para expor suas experiências e projetos. Numa integração de perspectivas e com ativa participação do auditório, o programa ofereceu quatro painéis com debate, nove subtemas discutidos em mesa-redonda e eventos paralelos para promotores de Justiça e curadores de fundações e entidades de interesse social.
Um dos eixos das várias intervenções foi o da colaboração entre os três setores, insistindo na mobilização social e na sua influência sobre as políticas públicas, visando à superação das desigualdades sociais e a preservação do ambiente.
As reflexões e propostas se inserem no contexto da Agenda 21 Brasileira, elaborada durante quatro anos -de 1996 a 2002-, e que já se encontra em fase de implementação como programa do atual governo. Trata-se de um processo de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável que procura harmonizar a conservação do ambiente, a justiça social e o crescimento econômico. O programa "Agenda 21" tem por método promover, em nível local, a cooperação de governo e sociedade na concretização de políticas públicas sustentáveis.
O tema do desenvolvimento sustentável constitui o grande desafio para o nosso século. Na sua excelente exposição, o doutor José Carlos Carvalho, secretário do Meio Ambiente de Minas Gerais, recordou que a vida no planeta requer que as novas gerações sejam capazes de realizar mudanças comportamentais na relação com a natureza. Basta pensar na destruição de florestas, na poluição das reservas de água e no uso dos agrotóxicos.
A mudança comportamental é necessária não só para a preservação da natureza mas para conseguir uma distribuição eqüitativa dos recursos. Está em questão a reorganização dos valores. Do respeito à dignidade da pessoa humana decorre uma atitude de solidariedade que inclui a opção por hábitos novos de vida. É preciso, assim, evitar o desperdício, o consumismo doentio e a exploração predatória da natureza e discernir e assumir, com sabedoria, o gênero de vida sóbrio, austero, que permita o acesso de todos aos bens necessários. Compreendemos, assim, a importância da educação para os valores, começando pela criança.
O Encontro do Terceiro Setor reconheceu a prioridade da atuação sempre mais consciente da própria sociedade organizada e a valorização das organizações governamentais, que concentram o idealismo do voluntariado, oferecem múltiplas formas de participação e resistem às oscilações de governos e partidos. Para conseguirmos a meta de uma economia sustentável que assegure a todos condições dignas de vida, é indispensável vencer o egoísmo e descobrir a alegria da solidariedade fraterna.
Deus criou o mundo para todos
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.@ - almendes@feop.com.br

FSP, 02/07/2005, p. A2

Erramos
No artigo "Desenvolvimento sustentável" (Opinião, pág. A2, 2/7), estava incorreta a frase: "O Encontro do Terceiro Setor reconheceu a prioridade da atuação sempre mais consciente da própria sociedade organizada e a valorização das organizações governamentais (...)". O correto é: "a valorização das organizações não-governamentais".

FSP, 04/07/2005, p. A3

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