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Denúncia de fraude deu início a investigação

OESP, Vida, p. A19
10 de Fev de 2011

Denúncia de fraude deu início a investigação
Testemunha relatou à Polícia Federal esquema para aprovação de plano de manejo em área metade desmatada e metade ocupada ilegalmente

Carlos Mendes

Uma denúncia em setembro de 2009 deu início às investigações da Polícia Federal que escancararam o suposto esquema de fraudes, tráfico de influência e cobrança de propina no Pará.
O denunciante, hoje jurado de morte, dizia que uma quadrilha agia no Estado com o objetivo de "destruir a floresta amazônica". Segundo ele, o grupo atuava para "confeccionar créditos de madeira de forma fraudulenta por meio de projetos de manejo aprovados em áreas sem documento e muitas vezes sem mata".
De acordo com a denúncia, José Vicente Tozetti e seu filho, Carlos Tozetti, com atuação na Transamazônica, teriam se unido a um advogado conhecido em Belém como doutor Luiz para influenciar a resolver problemas na Sema e, com isso, "arrecadar dinheiro para a campanha do PT, ou seja, de Ana Júlia".
A união dos Tozetti com doutor Luiz começou com um audacioso esquema para aprovar um plano de manejo em uma área que está metade desmatada e metade ocupada ilegalmente.
"Com muita astúcia e desenvoltura eles obtiveram êxito na grande fraude. Aprovaram um plano de manejo completamente fraudulento, avaliado em R$ 8 milhões, que permitia a retirada de 70 mil metros cúbicos de madeira", disse o denunciante.

Políticos do Pará negam tráfico de influência

Carlos Mendes

Os políticos citados nas gravações obtidas pela Polícia Federal negam que tenham usado de tráfico de influência para liberar projetos de manejo.
A ex-governadora Ana Júlia Carepa negou que tenha feito pedidos para liberação de licença ambientais.
"Estou acostumada a ver meu nome usado em vão por terceiros. A PF já prendeu um homem que usava o nome do Marcílio (Marcílio Monteiro, ex-marido de Carepa, ex-chefe do Ibama no Estado e ex-secretário estadual). Esse homem se passava pelo Marcílio quando ele era do Ibama. Eu fui acusada levianamente e depois se viu que era má fé. A imprensa nunca disse a verdade. É leviandade acusar alguém sem provas", declarou.
O deputado federal Cláudio Puty, chefe da Casa Civil na gestão Ana Júlia, afirmou que os pedidos que fez não configuram qualquer tipo de pressão sobre servidores. Para ele, foram solicitações de pessoas e empresas que mantinham relações com o governo. O também deputado federal Giovanni Queiroz admitiu que pressionou porque se não o fizesse os projetos de seu interesse não seriam liberados.
Os deputados estaduais Cássio Andrade e Bernadete ten Catten afirmaram que não usaram sua condição de parlamentar para obter vantagens. O também deputado estadual Gabriel Guerreiro informou que apresentará sua versão à Justiça.

OESP, 10/02/2011, Vida, p. A19

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110210/not_imp677619,0.php
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110210/not_imp677620,0.php

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