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Definidas as atividades de maior potencial para a Amazônia Legal

Página 20-Rio Branco-AC
30 de Mar de 2003

Empresários e órgãos públicos concordam que a Amazônia possui grande possibilidade de desenvolver uma série de cadeias produtivas de forma completa, como a de grãos, fruticultura, pecuária, turismo, entre outras. Outro consenso, porém, é de que no momento todas elas são ainda embrionárias, no sentido da integração entre produtor, fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos, e principalmente entre o produtor e as agroindústrias, ou o produtor e os revendedores.

Definir com precisão quais as atividades hoje praticadas na região com potencial para melhorar a qualidade de vida da população amazônica e ao mesmo tempo garantir que a floresta mantenha-se de pé, o chamado desenvolvimento sustentável, é justamente o objetivo de um projeto tocado pelo Banco da Amazônia (Basa) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Projeto Cluster, que significa arranjos produtivos locais, pretende gerar um plano de desenvolvimento para os nove Estados da Amazônia Legal, centralizados na vocação econômica de cada um.

Clusters são concentrações, numa mesma região, de empresas, fornecedores, instituições de pesquisa e capacitação, prestadoras de serviços e comércio voltados para um determinado setor, como acontece, por exemplo, com o complexo calçadista no Rio Grande do Sul. Para identificar quais as áreas a serem incentivadas na Amazônia, o Ipea coletou dados e realizou uma série de entrevistas com produtores, professores universitários, pesquisadores, representantes de classe, secretários estaduais e outras lideranças governamentais e empresariais.

No trabalho foram elencadas as principais atividades desenvolvidas em cada Estado, sendo que uma delas foi escolhida para dar origem a um projeto piloto de desenvolvimento. Os clusters escolhidos foram: no Amapá, madeira e mobiliário; no Maranhão e Mato Grosso, turismo; em Roraima, arroz; pesca extrativa e artesanal para o Amazonas; e finalmente a pecuária de corte para os Estados de Rondônia, Acre, Pará e Tocantins. Na verdade, o estudo do Ipea apresentou 40 clusters, e todos os Estados terão um elenco de atividades consideradas dinâmicas, que podem ser trabalhadas, mas o projeto piloto será desenvolvido em apenas uma delas.

Cooperação - A escolha dos clusters está dentro do projeto "Iniciativa para a Amazônia", e como explica Rosângela Maria Queiroz da Costa, coordenadora de Estudos Econômicos e Relações Institucionais do Banco da Amazônia, deve atuar diretamente nos problemas que vêm impedindo o crescimento das atividades escolhidas. "Quando você fala em estratégia fundamentada em cluster, a palavra-chave é cooperação. Se não houver cooperação do setor produtivo, dos agentes públicos e das instituições financiadoras, ela não dará certo".

Para facilitar o andamento do projeto, os produtores de cada Estado formaram comitês gestores, integrados por quatro empresários, e que serão responsáveis pela continuidade dos trabalhos. Para subsidiar as ações, o Ipea apresentará um relatório com o resultado final da pesquisa, que trará, entre outras informações, a definição dos principais entraves a serem enfrentados e quais as ações prioritárias para que esses problemas sejam solucionados, além de uma lista de tecnologias para cada um dos arranjos produtivos. (agroamazônia)
Amazônia

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