OESP, Cidades, p.C5
07 de Ago de 2004
Daee garante fornecimento de água em SP nos próximos 10 anos
Outorga fechada anteontem define uso do Sistema Cantareira pela capital e interior
Mauro Mug
Os novos termos da outorga concedida ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA), autorizando o uso do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo e 58 municípios no interior do Estado parece ter agradado a todos os interessados. "Foi muito bom", destacou o presidente do Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e prefeito de Rio Claro, Cláudio Antônio Mauro. "Obtivemos avanços significativos, pois pela primeira vez em 30 anos conseguimos garantir 5 metros cúbicos por segundo no período chuvoso e 3 metros cúbicos por segundo durante a estiagem, sem prejudicar o abastecimento de São Paulo." De acordo com ele, nos últimos dois meses a região recebeu apenas 1,5 metro cúbico por segundo.
Como antes - O superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Ricardo Borsari, também ficou satisfeito.
"Vai continuar tudo como era antes. As decisões foram tomadas numa base confiável de dados e de análise." A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) continuará retirando 31 metros cúbicos por segundo do Sistema Cantareira, enquanto as represas tiverem um bom armazenamento. "Em períodos de baixa, quando o nível estiver lambendo o fundo dos mananciais, poderão ser retirados apenas 24.800 litros por segundo dos rios da bacia do Piracicaba para abastecer 9 milhões de pessoas em São Paulo", disse o presidente da ANA, Jerson Kelman.
Mesmo assim, o abastecimento dos 39 municípios da região metropolitana será mantido, segundo Borsari. "Essa redução será compensada pelos 3,75 metros cúbicos litros por segundo que serão fornecidos pelas Represas de Biritiba e de Paraitinga ao Sistema Alto Tietê.
Para Mauro, outro ponto importante é que a Sabesp se comprometeu em reduzir progressivamente a quantidade de água captada no Cantareira. "A empresa terá de buscar novas fontes de água para abastecimento, intensificar as campanhas do uso racional e de reuso e reduzir as perdas por vazamento, tornando o sistema mais eficiente."
A Sabesp se comprometeu a fazer em um ano o levantamento do nível de assoreamento das represas. A validade da outorga ainda passou de 30 para 10 anos, podendo ser revista.
OESP, 07/08/2004, p. C5
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