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Consultor é contra o assistencialismo

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Débora Borges
06 de Abr de 2005

Fórum - Representante da ONU, marcos terena, defende que indígenas participem da definição de políticas públicas

Há cerca de 40 anos, Marcos Terena, deixou sua aldeia no Pantanal matogrossense para iniciar seus estudos na Capital Campo Grande. Hoje, aos 50 anos, dedica-se à causa indígena, depois de ter superado, praticamente sozinho, os obstáculos impostos pelos não-índios em sua trajetória. Terena, da tribo de mesmo nome, é piloto da aeronáutica, fundador da União das Nações Indígenas e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU). Para ele, as novas gerações dem lutar contra o paternalismo, o assistencialismo, e conquistar seu "lugar ao sol".

Em palestra na noite de ontem, durante a abertura do I Fórum social Indígena do Tocantins - Construindo Políticas Públicas para os Povos Indígenas, no Quartel do Comando Geral da PM, em Palmas, destacou que o Tocantins poderá servir de exemplo para outros estados e até para o Governo Federal. Isso porque, a partir do evento, poderá ser criada uma sub-secretaria que terá condições de alocar recursos e definir um pano de ação para assegurar os direitos das comunidades.

Segundo o consultor, a iniciativa seria ímpar. Os movimentos indígenas não têm obtido respaldo do Governo Federal em suas reivindicações. Não têm sequer, como afirma Terena, um canal para o diálogo. O último exemplo claro disso foi a redução da terra dos Kaiapó, no Pará, sob justificativa de diminuir os conflitos.

O documento que condensará as discussões do fórum - idealizado pelos próprios índígenas do Estado - poderá ser apresentado na V Festa Nacional do Índio, marcada para o próximo dia 15, em Bertioga (SP), onde representantes do departamento de assessoria indígena do Banco Mundial poderão ter conhecimento das definições tocantinenses e a instituição atuar como parceira no Estado.

Além das reivindicações nas áreas de Saúde e da Educação, a gestão territorial seria outro ponto de definição no evento. É importante definir, como disse Terena, a forma como os indígenas vão gerir seu espaço, para que tenham qualidade de vida independente do que há ao redor.

ABERTURA
Participaram da abertura do evento o governador Marcelo Miranda, o secretário dos Povos Indígenas do Estado do Acre, Francisco Ashaninka, representando a Funai, além do secretário estadual de Cidadania e Justiça, Télio Ayres, e outras autoridades estaduais e municipais. Durante a abertura do evento, o Governador se comprometeu a abrir um diálogo para discutir as questões reivindicadas pelos indígenas.

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