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Consórcio vencedor do leilão de Jirau quer mudar local da futura usina

Amazônia.org
20 de Mai de 2008

Contrariando o que estava previsto no processo de licitação pública e na licença prévia obtida para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, o consórcio liderado pela multinacional francesa Suez Energy prevê agora a construção da usina 9 km abaixo do local estipulado nos estudos originais. Em declaração dada ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente do consórcio Energia Sustentável, Victor Paranhos, disse que essa mudança trará economia para a obra e diminuirá os impactos ambientais da usina.

O consórcio alega que na nova localidade escolhida, conhecida como Cachoeira do Inferno, o rio é mais largo, o que significaria que as escavações feitas para concluir a obra seriam menores. Segundo informou a assessoria de comunicação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o órgão ainda não foi notificado sobre essa mudança no planejamento e que por isso não tem um posicionamento sobre o caso.

Segundo a assessora que atendeu a reportagem, tal mudança só seria legal se fossem comprovadas as melhorias ambientais oriundas da medida. Entretanto, fez questão de ressaltar que a Licença Prévia é concedida condicionada com a localização do empreendimento, tendo em vista todos os estudos realizados na área. De acordo com ela, se de fato for confirmada essa intenção de mudança por parte do consórcio vencedor, "no mínimo outra análise deve ser feita", não descartando a possibilidade de todo o processo de obtenção da licença ter de ser repetido na nova localização escolhida.

As usinas

A previsão é que as duas usinas que formam o Complexo Madeira, Santo Antônio e Jirau, entrem em funcionamento no mês de março de 2012, e que a última de suas turbinas entre em operação até o final de 2013. Pelo cronograma inicial, a obra só seria concluída em 2016.

A usina de Jirau leiloada ontem é considerada prioritária pelo governo federal e é parte integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra tem capacidade prevista para gerar 3.300 MW e entrará em funcionamento a partir de 2013, com custo estimado em R$ 8,7 bilhões.

No total, a obra terá 44 turbinas, suficientes para abastecer 9,8 milhões de casas mensalmente. A área da futura usina está localizada a 135 quilômetros de Porto Velho e deverá gerar13 mil empregos diretos e 50 mil empregos indiretos.

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