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Conferência avalia situação e trabalha propostas para buscar melhorias na saúde indígena

Seind - http://portaldaseind.blogspot.com.br
Autor: Isaac Júnior
24 de Set de 2013

A saúde indígena volta a ser tema de debate, esta semana, em Manaus. Com a participação de aproximadamente 250 delegados (entre indígenas e não indígenas), começou nesta terça-feira, no Taj Mahal Hotel, a Conferência Distrital de Saúde Indígena.

O evento é organizado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI/Manaus), com apoio do Governo do Amazonas (divulgação), por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), e tem o objetivo de avaliar a situação e propor diretrizes para a formulação de políticas de saúde.

Até quinta-feira (dia 26), os conferencistas irão centralizar o debate num somatório de propostas, que começaram a ser formatadas nas 11 conferências locais e têm como destino final, a 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, prevista para novembro, em Brasília.

"É o momento de reformular, ajustar e consolidar tudo aquilo que foi produzido com a política pública indígena nas etapas locais", definiu a presidente do DSEI/Manaus, Adarcyline Magalhães Rodrigues.

As Conferências de Saúde indicam os caminhos para uma maior compreensão do que pode ser feito para que todos tenham acesso aos serviços de saúde com qualidade e humanização.

Além do DSEI/Manaus, a realização das etapas local e distrital é de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi). A determinação é da Portaria número 2.357, de 15 de dezembro de 2012, do Ministério da Saúde, e as discussões têm como tema central, o "Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e SUS: direito, acesso, diversidade e atenção diferenciada".

A abertura dos trabalhos desta terça-feira também teve a participação da cantora Djuena Tikuna, e de personalidades como o secretário da Seind, Bonifácio José Baniwa; do coordenador da Fundação Nacional do Índio em Manaus (Funai/Manaus), Eduardo Desidere Chaves; e do titular da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Maximiliano Menezes.

De acordo com o titular da Seind, as conferências têm um papel importante para a saúde indígena, principalmente porque representam um direito conquistado e garantido em lei.

"O movimento indígena está preparando uma mobilização nacional, em comemoração aos vinte e cinco anos da nova Constituição Federal, que garante, não somente o direito à saúde, mas também à terra, à educação...", destacou Bonifácio José. "Muita gente perdeu sangue, perdeu a vida, para que tivéssemos esses direitos que temos hoje", lembrou o secretário.

Ainda pela manhã, crianças indígenas do grupo Cuiá brindaram os presentes com uma excelente performance de interpretação e musical.

Atenção integral

À tarde, a primeira mesa redonda abordou dois eixos temáticos. O primeiro foi direcionado à atenção integral diferenciada nas três esferas de governo. Já o segundo trabalhou o controle social e a gestão participativa. As discussões entraram pela noite.

Para a manhã desta quarta-feira estarão em discussão os eixos temáticos "Etnodesenvolvimento e Segurança Alimentar e Nutricional", "Saneamento e Edificação de Saúde Indígena. O debate segue até o fim da tarde, com a realização de trabalho em grupo.

No último dia do encontro, os participantes apresentarão as propostas que serão consolidadas e inseridas no relatório final.

Para o encerramento da conferência, também estão previstas a eleição dos delegados que irão à Conferência Nacional, coquetel e apresentação cultural.

Responsabilidade

Garantida na Constituição de 1988, a questão da saúde indígena no Brasil só passou a ser de responsabilidade da Sesai, a partir de outubro de 2012, ano em que o órgão foi criado.

De acordo com o Censo de 2010, o Brasil tem hoje 896 mil indígenas, que pertencem a 305 povos e que falam 274 línguas. As políticas públicas têm exigido uma ação efetiva dos governos federal, estadual e municipal, considerando que a saúde dessas pessoas é determinada pelas suas condições de vida, sendo resultante direta ou indiretamente da regularização de suas terras e das condições sociais: alimentação de qualidade e em quantidade suficiente, respeitados os hábitos alimentares e culturais de cada povo; preservação das culturas, dos costumes e das suas línguas; acesso à educação de qualidade em todos os níveis de ensino; acesso à moradia e ao saneamento ambiental, entre outros.

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