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Comitê vota contra hidrelétrica no Tietê

OESP, Vida, p. A15
14 de Nov de 2006

Comitê vota contra hidrelétrica no Tietê
Lago da barragem atingiria ponto turístico de Salto (SP)

José Maria Tomazela

O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê tomou posição contrária à construção de uma hidrelétrica no Rio Tietê, na altura do município de Salto, região de Sorocaba, a 98 quilômetros de São Paulo.

O projeto da construtora Gomes Lourenço, de São Paulo, prevê uma barragem no rio e a instalação de uma pequena usina para geração de energia.

O pedido de licenciamento ambiental foi protocolado no Departamento de Análise de Impacto Ambiental (Daia), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no final do ano passado. O órgão consultou o comitê.

O parecer, aprovado no sábado, foi encaminhado ontem à secretaria e deve dificultar a aprovação do projeto. O veto decorre da 'dúvida quanto aos impactos socioambientais e de saúde pública' resultantes da obra.

Com a construção da barragem, o leito do rio ganharia um desnível de 16,7 metros e seria inundada uma área de 14 hectares na zona urbana de Salto. O lago da barragem atingiria o Parque das Lavras, um dos pontos turísticos da cidade, de 102 mil habitantes.

As prefeituras de Salto e Itu manifestaram preocupação com o risco de se agravarem as enchentes nos bairros ribeirinhos. De acordo com o presidente da Associação Ecológica Icatu, Wendell Wanderley, as águas do Tietê, bastante poluídas, atingiriam áreas de proteção ambiental com remanescentes de mata atlântica. Pelo menos 3,4 hectares de matas teriam de ser derrubados. 'Além de interferir no paisagismo urbano, prejudica o turismo', disse Wanderley.

O coordenador da câmara técnica, Sílvio Carlos Nagy, acredita que o lago funcionaria como um difusor dos odores e gases nocivos gerados pela água poluída. Há ainda o risco de formação de espumas no trecho abaixo da barragem.

OESP, 14/11/2006, Vida, p. A15

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