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Combate a sigatoka tera credito especial

OESP, Economia, p.B7
20 de Jul de 2004

Combate à sigatoka tem crédito especial
Doença ameaça os 40 milhões de pés de bananeira da região do Vale do Ribeira

José Maria Tomazela

SOROCABA - Os bananicultores do Vale do Ribeira, região sul de São Paulo, terão uma linha especial de crédito para adotar medidas de controle da sigatoka negra, doença que ameaça os 40 milhões de pés de banana da região. Os recursos de R$ 2 milhões, anunciados pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Duarte Nogueira, serão liberados pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).

O Vale é o maior produtor da fruta no País e colhe 1,1 milhão de toneladas por ano. A doença, causada por um fungo, torna a bananeira improdutiva. Os focos estão sendo mapeados pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria, mas já foram encontrados na maioria dos municípios produtores.

O financiamento, no valor de R$ 36.486,00 por produtor, será utilizado para o plantio de até três hectares de bananais com cultivares tolerantes à doença. Segundo o secretário, o dinheiro estará à disposição dos agricultores em, no máximo, 60 dias. Nesse período, os técnicos da Secretaria indicarão as variedades resistentes e os viveiros onde podem ser adquiridas.

Desde o aparecimento do primeiro foco da doença, no final de junho, em Miracatu, a Secretaria isolou as áreas infectadas e fez podas sanitárias nas propriedades num raio de 70 quilômetros ao longo da Rodovia Régis Bitencourt (BR-116). Esta semana, será concluído o mapeamento das áreas ainda livres da doença no Vale. O mesmo trabalho será feito em seguida nas outras regiões produtoras do Estado, como Avaré, Jales e Fernandópolis. O objetivo é conseguir do Ministério da Agricultura a liberação do comércio da fruta proveniente dessas regiões.

A doença - A sigatoka negra já foi diagnosticada nos municípios de Barra do Turvo, Cajati, Itariri, Juquiá, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Peruíbe, Registro e Sete Barras. O fungo, levado pelo vento, chuva ou transporte de frutas, tem alta capacidade de disseminação.

Na ausência de controle, as perdas chegam a 100%. A doença, muito mais destrutiva que a sigatoka amarela, exige uma quantidade pelo menos três vezes maior de pulverizações, tornando o custo de produção muito elevado. A produção de bananas do Estado de São Paulo rende anualmente cerca de R$ 420 milhões e o Vale do Ribeira responde por 83% desse valor.

OESP, 20/07/2004, p.B7

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