OESP, Metrópole, p. C8
28 de Set de 2006
Cobertura vegetal cresce em SP
Maior pressão sobre desmatadores tem surtido efeito
Desde 1962, quando fez seu primeiro inventário florestal, o Instituto Florestal do Estado de São Paulo vinha confirmando uma situação preocupante. O pouco que restara da cobertura vegetal do Estado reduzia-se cada vez mais. O inventário é feito a cada década. O último, o de 2000-2001, divulgado ano passado, trouxe uma mudança positiva: a cobertura vegetal está crescendo.
Soma 3.457.301 hectares. No inventário de 1990-1991 eram 3.330.744 hectares. Um acréscimo de 126.557 hectares, ou 3,8%, como informa Marcos Nalon, do Laboratório de Geoprocessamento do Instituto Florestal. Isto graças a uma maior pressão sobre os desmatadores por parte da Polícia Ambiental e do Ministério Público. E porque, para os que dependem de espécies plantadas, como os produtores de papel e celulose (eucalipto), móveis e material de construção, preservar a floresta traz benefícios.
Só quem obedece à lei consegue um selo de certificação que prova que os produtos foram feitos com respeito às normas ambientais. No exterior, alguns países levantaram barreiras comerciais contra produtos sem este selo. A certificação FSC (em português Conselho de Manejo Florestal) surgiu em 1993, como resposta ao desmatamento das florestas tropicais.
Uma exigência legal é de se manter 20% da cobertura vegetal nativa em área passível de desmatamento e em uma faixa de 30 metros às margens dos rios. No Brasil, em janeiro, havia 3,5 milhões de hectares certificados, em São Paulo e em outros 16 estados.
No oeste paulista, a nova realidade traz bons resultados. Grandes grupos estão entrando em uma área de 2 milhões de hectares, entre Presidente Prudente e Araçatuba (a mais de 500 quilômetros de São Paulo), que sofre desertificação avançada. A agropecuária sem manejo causou muita erosão.
Agora, estão se instalando ali mais de 20 usinas de açúcar e álcool e empresas de papel e celulose com cuidados ambientais. Isso, dizem os pesquisadores científicos do Instituto Florestal, freia a desertificação e recupera a capacidade do solo.
Em Sorocaba (97 quilômetros da Capital), a situação é diferente. A cidade possui a maior concentração de vegetação natural do Estado. O promotor do Meio Ambiente, Jorge Marum, tem fechado acordos com desmatadores: as multas a que estão sujeitos são trocadas pela reparação dos danos.
OESP, 28/09/2006, Metrópole, p. C8
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