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Cientistas descobrem parente da aranha

OESP, Geral, p. A13
16 de Dez de 2003

Cientistas descobrem parente da aranha
Ele vive no Museu Natural da UFRJ e pode estar lá desde os tempos de d. Pedro II

Clarissa Thomé

Um tipo de aracnídeo ainda não catalogado foi descoberto nas galerias pluviais do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os pesquisadores desconfiam que a espécie esteja ali desde os tempos em que o palácio era a residência da família imperial. É a primeira vez que animais como esses são encontrados vivendo perto do homem.
O aracnólogo Alessandro Giupponi encontrou no acervo do museu, no Rio, uma espécie não descrita de amblipígeo - parente da aranha que não faz teia. O bicho estava registrado no acervo desde 1973, sem ter sido estudado. No ano passado, três apareceram no Laboratório de Poríferas.
"Quando fui comparar, eram da mesma espécie. Havia uma população no museu, que a gente tinha de achar", disse Giuppone. Ele e o aracnólogo Renner Baptista reviraram o museu e descobriram os amblipígeos nas galerias pluviais desativadas. "É uma colônia grande. Vimos uns 20."
Baptista já havia descoberto outra espécie de amblipígeo no Espírito Santo e os pesquisadores viajaram para lá, na tentativa de identificar a origem dos animais do museu. Na Reserva de Santa Lúcia, que pertence ao Museu Nacional, encontraram mais duas novas espécies de amblipígeos, mas nem sinal do bicho do imperador.
"Ainda estamos procurando, mas pode ser que a gente nunca encontre sua origem. Podem ter sido introduzidos na época do Império. D. Pedro II gostava muito de viajar, esteve no Egito, na Arábia, trouxe plantas e eles podem ter vindo junto", especula Giupponi. Outra hipótese levantada pelos pesquisadores é de que os amblipígeos vivessem nos blocos de pedra usados na construção do museu.
Em São Paulo, o Instituto Butantã lança amanhã um folheto de alerta sobre uma nova aranha venenosa, que vive no Vale do Ribeira e cuja picada é considerada perigosa, porque passa quase despercebida, não dói e apenas dois ou três dias depois começa a provocar necrose.
A aranha, Loxosceles adelaida, é muito abundante nas cavernas do Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira.
"A aranha tem apenas 4 centímetros de corpo e até 15 cm de envergadura e pica quando se esconde dentro de uma peça de roupa e a vítima a aperta, ao vestir a meia ou camiseta", explica Denise V. Tambourgi, do Laboratório de Imunoquímica do Butantã.

OESP, 16/12/2003, Geral, p. A13

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