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Ciência, folclore e saber indígena se unem na programação de fim de semana do Espaço do Conhecimento

UFMG ufmg.br
02 de Jun de 2017

Abordagens sobre rios - nas perspectivas científica e mitológica - e valorização da cultura indígena compõem o eixo da programação deste sábado, dia 3, e domingo, 4, do Espaço do Conhecimento UFMG.

Setecentos quilômetros de rios, córregos e nascentes de Belo Horizonte estão canalizados em estruturas pouco adequadas e em situação de intensa poluição e degradação sob as ruas e avenidas da capital. Discutir os impactos que a ação humana tem provocado sobre os recursos hídricos é a proposta do Café Controverso deste sábado, 3 de junho, a partir das 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento. A entrada é gratuita.

Participam da conversa, que tem como tema Canalização: por que (des)cobrir rios?, a arquiteta, urbanista e doutora em recursos hídricos pela UFMG Adriana Sales e o engenheiro e professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e de Recursos Hídricos da UFMG Márcio Baptista. O debate é aberto ao público, que poderá fazer perguntas e observações.

Possibilidades e desafios
Márcio Baptista avalia como inegáveis as vantagens ambientais e sociais da não canalização dos rios, mas também destaca as contrapartidas, como a necessidade de expansão do sistema viário e a habitação nas áreas urbanas.

"É preciso alcançar um equilíbrio, porque, em alguns casos, a questão já é irreversível. Como podemos pensar, por exemplo, em descanalizar o Rio Arrudas, localizado em uma área tão central da cidade? Há também o esgoto, que precisa de uma coleta adequada", argumenta o professor.

Para a arquiteta e urbanista Adriana Sales, apesar do alto custo, projetos de descanalização podem ensejar boas oportunidades de revitalização fluvial. "Em termos tecnológicos, tudo é possível. Poderíamos abrir o Arrudas inteiro. Mas é preciso avaliar todos os impactos envolvidos, e a participação popular, que é ainda incipiente, tem grande importância".

O papel da comunidade nesse tipo de projeto foi abordado na pesquisa de doutorado de Adriana Sales. Seu estudo propôs alternativas para a revitalização do córrego Engenho Nogueira, que corre no campus Pampulha da UFMG, e uma delas foi justamente a descanalização de trechos do curso de água. "Foi surpreendente, porque, mesmo com o problema de estacionamento da Universidade, a maioria das pessoas que ouvimos mostraram-se favoráveis à abertura de trechos do córrego", explica.

Folclore das águas
Os rios brasileiros também são tema de outra atividade no Espaço do Conhecimento. Neste sábado, às 15h, será realizada a contação de histórias Causos d'Água. A atividade promoverá um resgate de personagens famosos da cultura popular como o boto cor-de-rosa, que se transforma em homem e seduz jovens solteiras para engravidá-las; Iara, que atrai os pescadores; Curupira, que engana os caçadores e os assusta com seus assobios para manter as florestas e nascentes protegidas; Caboclo d'água, que assombra navegantes em defesa do Rio São Francisco; e o orixá Oxum, que reina sobre a água doce dos rios.

A participação é gratuita e aberta a todas as faixas etárias. É preciso retirar senha na recepção do museu com uma hora de antecedência.

Narrativas indígenas
No domingo, 4 de junho, o Espaço do Conhecimento vai promover a valorização das narrativas tradicionais dos povos indígenas brasileiros na atividade História das aldeias, que começa às 15h. Serão resgatadas histórias de algumas comunidades, como a dos Guarani-Mbyá, que acreditam no deus Nnhamandu e em seu esforço para formação do mundo. Os Apinajés, habitantes da região central do Brasil, creem na Mulher Estrela, que desceu do céu para ensinar os indígenas a se alimentarem de produtos da terra. A classificação indicativa é livre, e a entrada também está condicionada à retirada de senha na recepção do museu.

O Espaço do Conhecimento fica na Praça da Liberdade, 700.

https://www.ufmg.br/online/arquivos/047707.shtml

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