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Bronca indígena

Amazonas Em Tempo-Manaus-AM
21 de Out de 2005

Uma comissão formada por quatorze lideranças indígenas do Vale do Javari, município Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus), e representantes da Coiab, Coiam, Cimi, Fepi e Funai se reuniram ontem na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para reivindicar por políticas públicas e normalizar ações de saúde nas suas comunidades.

Na pauta de reivindicação estavam o recebimento de medicamentos, transporte para atender as aldeias indígenas de difícil acesso, postos de saúde, saneamento básico, atendimento diferenciando aos índios e repudiar atitudes da atual administração que estaria defendendo interesses escusos e partidários, bem como a centralização de poderes ao nomear um convicto antiindígena, conhecido como Coronel Cláudio, cunhado do prefeito de Atalaia do Norte, para assumir a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena do Vale do Javari (Dsei/Javari).

As lideranças indígenas acusam a atual administração da Funasa de "fechar os olhos" diante dos problemas do Vale do Javari, que está agonizando com epidemias de malária, hepatite, desnutrição e até tuberculose. Segundo o presidente do Conselho Indígena Vale do Javari (Civaja), Jorge Oliveira Duarte Marub (28), mais de 50 índios daquela comunidade já morreram dessas endemias.

"Semana passada cinco índios já morreram. Queremos soluções emergenciais e que nossos direitos sejam atendidos", declarou Marub. O presidente da Civaja repudia a administração da Funasa que, na sua avaliação, é comandada por apadrinhamentos políticos. "Não queremos que estas pessoas estejam à frente da Fundação. Elas não têm formação para conhecer nossas necessidades e só atendem interesses próprios", declarou.

No Vale do Jaravi há aproximadamente 3.250 índios, desse total, pelo menos 1.500 estão infectados, segundo informou Jocinaldo Barbosa Cabral, coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). "Tememos que aquela comunidade seja exterminada, por isso estamos manifestando indignação contra o Estado", enfatizou.

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