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Brasil só tem interesse no 1º trecho do Gasoduto do Sul

OESP, Economia, p. B1
16 de Abr de 2007

Brasil só tem interesse no 1o trecho do Gasoduto do Sul

O Brasil adotará postura pragmática na 1ª Cúpula Energética Sul-Americana quando a discussão for sobre o projeto do Gasoduto do Sul, rede de tubulações para o transporte do gás das jazidas de Venezuela, Peru e Bolívia aos centros consumidores dos 12 países sul-americanos.

Engajado no projeto, o governo Lula não esconde seu interesse exclusivo no primeiro trecho, que cruzará a floresta amazônica e o sertão nordestino para levar o insumo de Mariscal Sucre (Venezuela) até Recife (PE).

Artéria da integração energética da América do Sul, o gasoduto requer investimento de US$ 20 bilhões. O primeiro trecho terá 5 mil quilômetros e capacidade de transporte de 50 milhões de metros cúbicos/dia, pouco mais que o consumo do Brasil, hoje suprido pelo gás boliviano e a produção nacional.

Esse trecho deverá ser operado por uma binacional, a ser composta pela Petrobrás e a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), com possível participação minoritária de companhias privadas. As expectativas mais otimistas apontam o início de sua operação até 2015.

O governo brasileiro e a Petrobrás temem que o projeto emperre no processo de concessão de licença ambiental, como ocorre com várias usinas hidrelétricas, ou em questões de proteção a reservas indígenas e sítios arqueológicos. Em princípio, esse trecho seguiria o traçado da Rodovia Transamazônica, como meio de reduzir o impacto ambiental e estimular atividades econômicas nas regiões menos desenvolvidas do Norte e sertão nordestino. Mas é certo que a tubulação atravessará áreas de floresta virgem.

Em Recife, o gás venezuelano deverá alimentar o Complexo Industrial Portuário de Suape. Por meio de ramais, será transportado a centros produtivos de Fortaleza (CE) e ao Pólo Petroquímico de Camaçari (BA). Para o segundo trecho, entre Recife e São Paulo, há projetos de construção de 4.526 quilômetros de gasodutos. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve custar US$ 12,5 bilhões.

OESP, 16/04/2007, Economia, p. B1

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