VOLTAR

Brasil já perdeu 85% de idiomas indígenas

Portal Amazônia
17 de Mar de 2008

A língua é a forma viva e concreta da vida cultural de um povo. É por meio dela que as pessoas falam, rezam, cantam e trocam conhecimento. Mas a Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: o ritmo de extinção dos idiomas está cada vez mais acelerado. O Brasil, por exemplo, já perdeu 85% dos idiomas falados pelos índios.

Além do português, existem cerca de 215 línguas faladas no território brasileiro, a maioria indígenas. No Amazonas, por exemplo, está a segunda cidade com maior diversidade de línguas do mundo. O município de São Gabriel da Cachoeira (858 km da capital) onde a população de 36 mil habitantes convive com 23 línguas diferentes, a maioria indígenas.

A ONU faz um alerta, a cada 14 dias, um idioma desaparece no mundo. Por isso, 2008 foi eleito pelo órgão como o ano internacional dos idiomas.

Brasil

No Brasil, as línguas mas ameaçadas de extinção são as indígenas. Quando os portugueses desembarcam havia cerca de 1.270 línguas faladas por índios, hoje restam aproximadamente 180.

O professor da Universidade de Brasília (UNB), Aryon Rodrigues,
um dos maiores especialistas em língua indígena do país, explica que os conflitos pela disputa das terras indígenas e a atuação dos missionários nas aldeias, são alguns dos motivos da extinção acelerada dos idiomas.

A coordernadora de educação escolar indígena, Suzana Grilo, diz que das 2.480 escolas indígenas no país, 1.870 oferecem ensino bilíngue. Mas o ensino nas salas de aula encontra algumas barreiras, como por exemplo, a escassez de material didático específico.

Línguas Índigenas

Lakondê: 1 falante, Sabanê (Rondônia): 15 falantes; Máku: 1 falante (Roraima); Korúbo: 25 falantes, Karapanã: 1 falante, Mura: não há confirmação de falantes (Amazônia).

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.