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Brasil expõe planos de combate às mudanças climáticas

OESP, Metrópole, p. A15
17 de Nov de 2017

Brasil expõe planos de combate às mudanças climáticas

Giovana Girardi
ENVIADA ESPECIAL BONN (ALEMANHA)

O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou ontem novos planos para o combate às mudanças climáticas, na plenária principal da Conferência do Clima da ONU, em Bonn.
Um deles é o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), publicado na quarta-feira no Diário Oficial da União, que dá as diretrizes para a recuperação de 12 milhões de hectares. O outro é um projeto de lei enviado ao Congresso, estabelecendo uma nova política nacional de biocombustíveis, o RenovaBio.
"Nosso desafio é promover, cada vez mais, o desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, adaptar nossa sociedade e os meios produtivos a um cenário cada vez mais afetado pela mudança do clima", disse Sarney Filho. O pronunciamento do ministro se deu um dia após o País ser criticado por ONGs brasileiras e internacionais por, internamente, estar assumindo uma posição diferente da apresentada em Bonn.
As organizações se referem à Medida Provisória 795, que tramita no Congresso com o objetivo de conceder mais subsídios à indústria de petróleo e gás, o que rendeu ao Brasil o irônico prêmio "Fóssil do Dia". Essa MP tem uma previsão de representar, ao longo de 25 anos, uma renúncia fiscal que pode chegar a R$ 1 trilhão. O RenovaBio, por outro lado, não traz uma previsão clara de investimentos ou subsídios.
Sarney Filho não se pronunciou a respeito no discurso, mas já havia dito achar a MP um "absurdo completo". Ele destacou a queda recente de 16% na taxa de desmatamento da Amazônia e de 28% no corte dentro de unidades de conservação e lembrou a meta brasileira para o Acordo de Paris. Também reafirmou que o Brasil é candidato à sede da conferência de 2019.
"Vamos atingir e, se possível, superar essas metas, sem abrir mão da geração de empregos, do aumento da produtividade e da retomada do crescimento econômico. As áreas prioritárias para nossa ação são a agropecuária sustentável, as energias renováveis e o combate ao desmatamento. Em cada setor, temos ações específicas que abrem oportunidades de negócios e de investimentos de longo prazo", afirmou ele.
Recursos. Ao contrário do ano passado, na conferência de Marrakesh, em que Sarney disse que o Brasil poderia fazer mais pelo clima se tivesse apoio financeiro e pediu ajuda internacional, neste ano foi mais sutil. "Nossa extensa pauta de ações, cuja implementação é fundamental para a agenda climática global, precisa de 'investimentos verdes', com oportunidades para a mobilização de recursos de todas as fontes, para criar o modelo de desenvolvimento que almejamos e de que necessitamos nas próximas décadas."
A REPÓRTER VIAJOU COMO BOLSISTA DO FELLOWSHIP CLIMATE CHANGE MEDIA PARTNERSHIP

OESP, 17/11/2017, Metrópole, p. A15

http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/sarney-filho-a…

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