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Brasil e Peru fazem parceria para construir hidrelétrica

OESP, Economia, p. B4
17 de Mai de 2008

Brasil e Peru fazem parceria para construir hidrelétrica

O Brasil poderá ser sócio do Peru na construção de usinas hidrelétricas. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, assina hoje, em Lima, um protocolo de intenções para iniciar as negociações para a construção, em parceria, de uma usina hidrelétrica em território peruano. Segundo Lobão, a hidrelétrica, de 1.400 megawatts (MW), se chamaria Inambari, e seria construída na província peruana de Madre de Dios.

Se for confirmado, o projeto marcará o início do processo de internacionalização da Eletrobrás, previsto numa lei sancionada pelo governo no mês passado para reforçar os poderes da empresa. A expectativa de Lobão é de que a usina seja construída por meio de uma parceria entre a estatal Furnas (subsidiária da Eletrobrás), uma construtora brasileira e um sócio peruano.

Além de prever operações em outros países, a legislação que ampliou os poderes da Eletrobrás aumentou os poderes da estatal sobre suas subsidiárias e permitiu que ela tenha participação majoritária em consórcios com outras empresas, inclusive privadas.

A maior parte da energia de Inambari viria para o Brasil. Lobão disse que, dos 1.400 MW, apenas 300 MW devem ficar no Peru. A energia seria transportada ao Brasil por meio de uma linha, ainda a ser construída, ligando o território peruano a Porto Velho. Da capital de Rondônia a energia seria distribuída às outras regiões do País pela linha de transmissão - também ainda a ser construída - que escoará a energia das usinas do Complexo Hidrelétrico do Madeira, Santo Antônio e Jirau. Segundo o ministro, Brasil e Peru pretendem no futuro firmar parcerias para um total de 15 usinas, que gerariam um total de 20 mil MW.

JIRAU

Com relação ao leilão da usina hidrelétrica de Jirau (RO), marcado para a próxima segunda-feira, Lobão disse estar "absolutamente otimista". "Acho que vamos ter uma disputa acirrada entre os dois consórcios", declarou o ministro.

O primeiro consórcio que disputará o leilão é o Jirau Energia, formado por Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura, Construtora Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), Furnas e Fundo de Investimentos Amazônia Energia II, formado pelos bancos Banif e Santander. O segundo é o consórcio Energia Sustentável do Brasil, composto por Suez Energy, Camargo Corrêa, Eletrosul e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).

URÂNIO

Lobão também revelou ontem que "está na pauta do governo" a discussão sobre a eventual abertura do mercado de exploração de urânio à iniciativa privada. Atualmente, a União tem o monopólio da mineração do urânio. "O governo tem interesse nesse assunto", disse Lobão. "Como caminhamos para aumentar a participação da energia nuclear (no sistema de produção de energia), para isso temos de agilizar o processo de urânio", acrescentou.

OESP, 17/05/2008, Economia, p. B4

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