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BR-153 é parcialmente desbloqueada

Diário do Pará - http://diariodopara.diarioonline.com.br/
28 de Jan de 2012

Os índios Suruí desbloquearam parcialmente no início da noite de ontem a BR-153, entre São Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, sudeste do Pará. A liberação parcial da rodovia foi decidida em reunião ocorrida na sede do Ministério Público Federal de Marabá.

Uma nova reunião está marcada para quarta-feira (1o), ocasião em que será decidido se o bloqueio parcial encerra ou não. O bloqueio teve início às 9 horas, de quarta-feira (25). Além das lideranças indígenas, participaram da reunião representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e o procurador federal Tiago Modesto Rabelo.

Carlos Borromeu Fernandes, coordenador regional da Funai, informou foram realizadas duas reuniões ontem com a participação das lideranças indígenas em que ficou acordado que os índios iriam liberar parcialmente a rodovia até quarta-feira (1o), quando haverá uma nova reunião com a mineradora Dow Corning.

A empresa extrai um tipo de minério nas proximidades da reserva, localizada entre os municípios de São Geraldo do Araguaia e Breu Branco, para a produção de silicone. A empresa estaria usando dinamite para realizar a extração e isso estaria prejudicando a aldeia, afastando a caça e provocando outros problemas.

Os índios também protestem por melhorias nas áreas de saúde e educação, além de indenização para as 82 famílias da reserva Suruí Sororó que, segundo os indígenas, foram prejudicadas pela construção da rodovia.

Além da obrigação de compensar pelos impactos da rodovia, eles reivindicam a construção de casas na aldeia, melhorias na escola e também no posto de saúde, que só foi construído em razão de uma ação civil pública ajuizada pelo MPF em Marabá contra a Funasa.

Os índios também pretendem ir a Belém reunir-se com representantes do Dnit e Setran. A previsão é de que os índios viajem para a capital no próximo dia 10 de fevereiro. O coordenador regional ressaltou ainda que a Funai está trabalhando para que haja um entendimento entre os órgãos e que seja atendida as reivindicações dos índios. "Eles estão vivendo em situação de calamidade, pelas queimadas que destruíram as suas terras", complementou.

O cacique Welton Suruí não se disse satisfeito com o resultado das reuniões. "Nós não ficamos satisfeitos com isso, iremos voltar para aldeia apenas com uma proposta. Queríamos ter saído daqui já com um resultado", disse.

Ele, entretanto, ressalta que se os direitos deles não forem aceitos, eles bloquearão novamente a rodovia. No final da reunião, a Funai se comprometeu a providenciar o apoio logístico e locomoção das lideranças da comunidade Suruí Sororó para que eles possam reunir com o superintendente do Dnit no Estado do Pará, os secretários de Transporte e Meio Ambiente do Estado, bem como CGGAM da Funai, em Brasília (DF), ocasião em que discutirão os impactos da BR -153 e da BR-230, o plano de ações emergenciais do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) assinados pela Setrans com o MPF e a necessidade de realização de estudos de impactos ambientais relacionados às atividades da mineradora Dow Corning. Foi reivindicado ainda pela comunidade um ônibus com 24 lugares.

Reunião

Na reunião prevista para ocorrer na quarta-feira (01/02) a mineradora se comprometeu a colaborar e vai apresentar à Funai o EIA-RIMA do empreendimento e suas licenças ambientais para que sejam feitos estudos destinados a identificar possíveis impactos aos Aikewara/Suruí, que deverão ser compensados pela empresa.

EM NÚMEROS

10 Os índios também pretendem ir a Belém reunir-se com representantes do Dnit e Setran. A previsão é de que os índios viajem a Belém no próximo dia 10 de fevereiro.

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