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Audiência pública é marcada por presença de indígenas, Prefeita e Vereadores para discutir aprovações de projetos na Câmara

Jornal Agora - http://www.agorasantaines.com.br
24 de Ago de 2013

Um dia raro de ser ver, foi assim a audiência pública convocada pelos indígenas que contou com a presença da Prefeita de Bom Jardim Lidiane Rocha, e 11 dos 13 vereadores além de secretariados do governo, segundo os indígenas o intuito da reunião era solucionar os problemas que ocorrem nas aldeias por falta de contratações de profissionais, ora que o executivo culpa o legislativo e vice versa, além de pedir uma demanda de reivindicações.

Indígenas reivindicam demandas para serem aprovados pela câmara:

A prefeita de Bom Jardim, Lidiane Rocha se fez pela primeira vez presente em uma audiência publica na Câmara Municipal e chegou rodeada de assessores às 09:30, pouco depois dos indígenas, com a aglomeração de pessoas os vereadores decidiram que a reunião seria fechada apenas os caciques, vereadores e a prefeita participariam, mas logo foi recusado pelas lideranças que exigiam a audiência publica com toda a comunidade indígena que veio até a câmara; o vereador Marcony que teve bastante destaque na audiência e o vereador Arão estiveram o tempo todo articulando para que de fato tudo não saísse do controle, os indígenas também ameaçaram interditar a BR 316 caso não fosse ouvidas suas reivindicações ali no momento, após isso os líderes das comunidades tiveram uma reunião fechada com o presidente aonde não obteve acesso onde no qual ficou acertado que seria feita a audiência pública exclusivamente com os indígenas na galeria o que de fato não aconteceu, no final das contas a audiência foi aberta ao público que estava ali presente.

Após o combinado, os vereadores Marcony, Sonia, Roberth, Manim, Hiater, Adriano Varão, Poré, Arão, Dr. Silvano e Chico do Braz subiram a mesa da câmara e iniciaram os trabalhos de inscrição onde no qual 8 lideres de comunidades indígenas se inscreveram pra falar além da prefeita e mais 3 vereadores.

Reivindicações de líderes indígenas:

Flauberth o primeiro orador mencionou a parceria dos ex-gestores com as comunidades indígenas e pediu que a parceria e o apoio do governo volte a continuar, o líder também falou que não existe nenhum projeto específico para os indígenas, mas que segundo ele disse que os projetos que foram encaminhados também visam beneficiar as aldeias, também falou sobre a falta de remédios e perguntou se os governantes vão esperar morrer alguém para tomarem alguma atitude, "É preciso ter atenção à comunidade indígena, oferecer formações técnicas para os indígenas, temos o direito de lazer não vivemos só de caça e pesca, temos o direito de acompanhar a globalização, claro não esquecendo de nossa cultura" Flauberth também apresentou uma série de demanda de reivindicações, dentre elas a contratação urgente de OASG para as escolas, professores, reformas de escolhas e postos de saúde entre outras.

Djacyr que e líder da aldeia tabocal, acompanhou o outro colega e falou sobre as demandas apresentadas por Flauberth e pediu urgência nas suas solicitações.

A cacique Rosilene também falou das reivindicações já apresentadas por flauberth e disse que o povo Guajá e sua aldeia Massaranduba precisam de assistência pois são esquecidos e não participam de nenhum programa do governo federal. "Temos o direito de cobrar" Disse a cacique.

O restante dos oradores líderes indígenas também pediram a aprovação das reivindicações apresentadas por Flauberth e seguiram o mesmo contexto, além de criticar alguns vereadores pelo suposto engavetamento de projetos que o presidente da câmara afirmou que não existe.

Em um dos momentos mais aguardados, a prefeita Lidiane Rocha usou a tribuna e começou seu discurso falando da LOA afirmando que os vereadores pediram 2% dos orçamento para a câmara. "Prefeitura não e um negócio, ele me chama para negociar, esse rapaz precisa aprovar esses projetos pelo bem da comunidade, será se toda vez pra aprovar um projeto tenho que trazer vocês? Eu não acredito em uma situação dessa, Deus está vendo! No momento em que os nervos começavam a se exaltar e já se falava em assuntos pessoais, um dos líderes indígenas interrompeu dizendo que não veio pra ver baixarias e sim para chegar a um ponto final, "Buscamos atitudes e não baixaria, se for pra por filmagem isso e aquilo, iremos nos retirar" falou um dos caciques. A prefeita continuou a sua fala acusando o presidente da câmara de não aceitar os projetos que vão para a câmara de autoria do executivo. "Não é porque você tem raivinha de mim que você não vai aprovar os projetos, faça valer seus votos, aceite e aprove nossos projetos". Finalizou a prefeita de Bom Jardim.

O Presidente da Câmara, Dr. Silvano Andrade rebateu algumas acusações onde explicou que os 2% do orçamento que foram inseridos na LDO para a câmara municipal é para emenda de vereadores, "Por exemplo, se o vereador Marcony fazer um projeto para o Pov. Cassimiro irá existir o orçamento para que a Sra. Prefeita possa executar apenas a indicação que será dele, é igual a deputado e senador, é algo novo na câmara municipal" explicou o presidente Dr. Silvano. O Presidente também falou que ele não tem direito a voto, portanto ele não reprovou nenhum projeto e que todos os projetos que chegam a câmara são colocados em pauta.

Em seguida o vereador Arão disse que vai entrar na justiça para que tenha seus projetos protocolados, segundo ele o presidente não estaria autorizando o diretor da câmara Zé Filho a aceitar seus projetos. O vereador também repudiou a reprovação de alguns projetos pela Câmara em sessões anteriores (O da doação de terreno do CRAS E CREAS e contratação de farmacêuticos), o discurso do vereador teve um total de 40 minutos, o mais longo da audiência.

Finalizando o vereador Marcony que foi bastante elogiado até por assessores e pela própria prefeita pela educação e articulação na sessão, disse que a maioria das reivindicações podem ser atendidas sem precisar vim projetos para a câmara, dentre eles reformas de escolas, e postos de saúde "Vejo que a reunião tomou um rumo que não era pra tomar, viemos aqui discutir as ações que foram propostas pela comunidade indígena, viemos aqui resolver a situação que se encontra hoje, não adianta nada ficarmos aqui até 13:20 e não discutirmos o que de fato pode ser executado". Disse o vereador. Também pediu que uma pedra fosse colocada em cima de tudo que já aconteceu, "gostaria que não houvesse outra reunião, vamos resolver a demanda que os indígenas reivindicam, o presidente já firmou um compromisso, só precisamos entender sobre os trâmites da casa, não podemos ser irresponsáveis em aprovar sem discutir o projeto", finalizou.

Ao final foi firmado um compromisso no qual a prefeita vai enviar para a câmara municipal, projetos separados para a contratação de cada área que vai beneficiar exclusivamente as aldeias já na próxima sessão. No contexto geral a audiência foi calma e os indígenas saíram esperançosos para que finalmente haja uma trégua entre os poderes e a solução chegue a suas aldeias.

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