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Atrasos também atingem outras fontes de geração

Valor Econômico, Especial, p. A12
07 de Mar de 2014

Atrasos também atingem outras fontes de geração

Por Daniel Rittner e André Borges
De Brasília

As usinas térmicas não estão sozinhas quando o assunto é atraso de projetos já homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nos próximos seis anos, o total de energia prevista para ser adicionada ao parque elétrico do país é de 42,5 mil megawatts (MW). Desse volume, no entanto, 6 mil MW não têm previsão de operação e outros 7.166 MW subiram no telhado. Isso significa que mais de 30% da geração prevista está comprometida.
A despeito das reclamações de atraso que costumam rondar usinas hidrelétricas, os dados da Aneel não apresentam grandes preocupações. De um total de 22.664 MW previstos para serem entregues entre 2014 e 2020, somente 10% não têm data prevista de operação. O cenário se complica quando se observa a geração prometida pelas pequenas centrais hidrelétricas (PCH), aquelas que geram até 30 MW. O planejamento conta com a entrega de 2.328 MW de energia no período, mas somente 355 MW estão em situação favorável e não enfrentam restrições para ligar suas turbinas.
As eólicas também não estão em situação confortável. Há previsão de que um total de 7.564 MW de energia gerada pelo vento entre em operação nos próximos seis anos, mas 3,4 mil MW enfrentam problemas para cumprir o prazo.
As projeções de crescimento médio do consumo de energia medidas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam elevação de 4,4% ao ano para o quadriênio 2014-2017. Segundo relatório da EPE divulgado no fim do ano passado, a perspectiva de expansão da carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) para o período é de 4,2% ao ano, ou seja, ligeiramente inferior à demanda.
O sucesso do governo em cumprir as metas de expansão do parque elétrico depende, em grande medida, dos leilões das megausinas previstas para o rio Tapajós, no Pará. O plano da EPE é cravar a oferta da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, com seus 7.880 MW de potência, em um leilão exclusivo, que ocorreria até o fim deste ano. No início de 2015, seria oferecida outra grande usina desenhada para a Amazônia: a usina de Jatobá (2.338 MW).
O leilão desses empreendimentos, porém, depende da conclusão de estudos técnicos e ambientais. A previsão é que esses relatórios sejam entregues à Aneel e ao Ibama ainda neste mês, para serem submetidos a audiências públicas. A entrada das usinas no leilão depende da liberação de licença prévia ambiental concedida pelo Ibama, além de anuência da Aneel.

Valor Econômico, 07/03/2014, Especial, p. A12

http://www.valor.com.br/brasil/3453290/atrasos-tambem-atingem-outras-fo…

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