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Arco do desmatamento avança na Amazônia em 2019

O Globo, Sociedade, p. 29
17 de Dez de 2019

Arco do desmatamento avança na Amazônia em 2019
Fronteira do desmatamento na Amazônia avançou entre 2018 e 2019, afirma estudo
Quase 20 municípios que não figuravam entre os maiores contribuidores do desmate passaram a constar na lista

O Globo
16/12/2019 - 16:21 / Atualizado em 16/12/2019 - 16:22

RIO - Um estudo lançado nesta segunda-feira pelo Instituto Socioambiental (ISA), com base nos números do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), identificou um avanço na fronteira do desmatamento na Amazônia.
Além da derrubada da mata ter sido a maior em uma década, o fenômeno passou a ser registrado em 19 municípios que não figuravam na lista do chamado arco do desmatamento. Os índices levam em conta o período entre julho de 2018 e julho de 2019.
Estas localidades, portanto, não aparecem na relação de cidades prioritárias no combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente - que, até 2018, era de 256.
A análise de 2019 também demonstrou o avanço do problema para o interior da Amazônia. Um dos exemplos mais sintomáticos é Roraima, que costuma estar fora do radar dos grandes desmatadores, mas sofreu um aumento de 216% nos índices - especialmente nas cidades de Cantá, Caracaraí, Iracema e Mucajaí.
A influência de rodovias, como a BR-010, que conecta Belém a Brasília, e a BR-364, que liga Cuiabá a Porto Velho, continua sendo preponderante no mapa das matas arrasadas.
O desmate também é identificado ao longo da BR-163 (conecta o Pará ao Rio Grande do Sul), BR-174 (Manaus-Boa Vista), BR-230, também conhecida como Transamazônica, e a BR-319 (Manaus-Porto Velho).
Grandes desmatadores
O ISA também chamou atenção para o aumento na área média das regiões desmatadas em comparação com os últimos anos da série histórica do Prodes, o que indicaria que porções cada vez maiores da floresta são derrubadas de uma vez.
Isso é um indício de que grandes desmatadores, com capital suficiente para arrasar terras de grandes proporções, têm tido maior influência sobre os índices amazônicos do que proprietários que ampliam ilegalmente suas propriedades com áreas consideravelmente menores.
No Mato Grosso, as cidades de Marcelândia, Peixoto de Azevedo e União do Sul, no Norte do estado, representaram, sozinhas, um desmatamento de 800 mil hectares, ou 8 mil km² - o equivalente a seis vezes a área do município do Rio de Janeiro.
Ainda segundo o estudo do ISA, as estatísticas apontam o fracasso "das ações de combate ao desmatamento ilegal" e uma "epidemia de desmatamento", provocada pela impunidade dos desmatadores ilegais, que termina por estimular a derrubada da floresta.
Procurado pela reportagem para comentar os dados revelados pelo ISA, o Ministério do Meio Ambiente não retornou até a conclusão deste texto.

https://oglobo.globo.com/sociedade/fronteira-do-desmatamento-na-amazoni…

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