VOLTAR

Apesar das chuvas, há risco de racionamento na capital paulista

GM, Meio Ambiente, p. A8
01 de Nov de 2004

Apesar das chuvas, há risco de racionamento na capital paulista

Com o retorno da estação das chuvas, o problema de abastecimento de água na Grande São Paulo parece esquecido, mas ainda há o risco de racionamento. É o que afirma o engenheiro Júlio de Cerqueira Cesar Neto, presidente da Fundação Agência da Bacia Hidrográfica do Alto do Tietê (FABH-AT). A capacidade de produção de água potável está muito próxima do consumo, que tende a continuar crescendo.
"Embora tenha chovido, ainda precisamos contar com uma boa estação chuvosa, para não passarmos pelo mesmo estresse do ano passado. Depender apenas dos fenômenos meteorológicos não é algo salutar quando estão envolvidas 18 milhões de pessoas" afirma Neto. Os reservatórios de água da região metropolitana de São Paulo estão com quantidades mínimas, mesmo se trazendo água de outras bacias hidrográficas.
A função da Agência da Bacia Hidrográfica do Alto do Tietê (ABH-AT) é assegurar as condições de abastecimento da região. A agência foi criada em 2002, e a partir de então está sendo estruturada. O objetivo da ABH-AT é coordenar a ação das diversas instituições que trabalham com a água na região da bacia e procurar suprir as necessidades institucionais nas questões não tratadas por nenhum órgão responsável. Na opinião de Cesar, a atuação da agência é essencial para ordenar o abastecimento de uma região que cresceu de modo desordenado. Um dos grandes problemas de abastecimento no município de São Paulo está na sua localização, uma vez que por ter sido fundada perto da nascente do rio Tietê a cidade polui as suas águas logo no início do seu curso, tornando-as inutilizáveis a partir de então.
O comitê da ABH-AT é formado por 48 representantes dos 36 municípios que integram a bacia, sendo 16 representantes do estado, 16 dos municípios e 16 da sociedade civil. A eleição do presidente, que deveria ter sido realizada dia 25 de outubro, foi adiada para o dia 17 de novembro. Da agenda da ABH-AT constam , entre outros, os seguintes temas: discussão sobre o impacto ambiental da construção da parte final do Rodoanel e um programa de organização do uso do manancial de águas subterrâneas.
O Rodoanel, um projeto destinado a aliviar o transito da capital paulista e liberar o corredor de exportação para o porto de Santos, é uma obra com implicações ambientais e urbanísticas. Seu trajeto passa pelas represas Billings e Guarapiranga, responsáveis por boa parte do abastecimento da cidade. O programa de organização do uso do manancial de águas subterrâneas objetiva garantir a sua quantidade e qualidade para os usuários. Especialistas estimam que 10 metros cúbicos por segundo sejam consumidos dos mananciais subterrâneos através de poços artesianos. Há 5 mil poços registrados e regulares e é estimado que existam outros 7 mil não registrados.

GM, 01-03/11/2004, Meio Ambiente, p. A8

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.