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Analista não vê biodiesel competitivo

GM, Energia, p. A6
05 de Jan de 2005

Analista não vê biodiesel competitivo

O analista do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Rafael Schechtman, é bastante pessimista quanto à consolidação do biodiesel como uma alternativa na matriz de combustíveis brasileira. Para o consultor, o governo falhou ao investir no programa de produção de biocombustível como fonte de renda para famílias pobres, pois o diesel gerado a partir de plantas como a mamona e a soja nunca terá um preço competitivo para entrar no mercado de forma efetiva.
"Não há como existir produção em escala de biodiesel para cumprir a meta de mistura determinada pelo Ministério nem existe saída para a sua comercialização que não seja por meio de subsídios do governo", afirma Schechtman. A decisão de subsidiar a produção foi tomada pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será efetivada com cortes escalonados nos tributos que incidem no setor. O pacote de incentivo tributário ao programa prevê reduções nas alíquotas de PIS e Cofins.
Schechtman é irredutível em sua análise de que o Programa Nacional do Biodiesel não trará benefícios nem para a matriz energética, nem para a população. "Como programa social, acredito que o governo tem meios mais interessantes de gerar renda para os brasileiros". No sentido da diversificação das fontes de combustíveis, o gás natural ainda aparece como a melhor alternativa na avaliação do analista. Segundo ele, o investimento em gás natural é necessário para o crescimento do Brasil e este setor deveria ser priorizado. Schechtman lembra que desde a sua constituição a Petrobras prioriza a exploração do petróleo, e ressalta que deveria almejar menos a auto-suficiência na produção de petróleo e mais a diversificação exploratória.

GM, 05/01/2005, Energia, p. A6

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