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Altamira cria observatório ambiental para monitorar desmatamento e articular as boas práticas socioambientais

ISA - http://www.socioambiental.org
Autor: Christiane Peres
29 de Jun de 2012

Altamira está na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia brasileira e para sair desta situação e acabar com os embargos econômicos vinculados à lista tem tomado algumas medidas. A última delas foi a criação de um observatório ambiental para monitorar e combater o desmatamento ilegal no município paraense.

O observatório surgiu a partir de uma demanda do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento, criado em 2011. A ideia era ter uma estrutura vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Altamira (Semat), mas com participação efetiva de organizações que tivessem experiência e atuação na área para otimizar o combate ao desmatamento.

"Como as informações são muito esfaceladas, ter uma estrutura própria facilita a gestão dos dados, a assertividade das tomadas de decisão. E isso vai acontecer de forma compartilhada, com todos os agentes juntos, discutindo e debatendo as melhores formas de intervenção. Porque os ilícitos acontecem de forma bruta e rápida e se os órgãos e os demais entes não estiverem juntos, a ação acontece de forma desordenada", afirma a secretária de Meio Ambiente e Turismo de Altamira, Zelma Costa.

O observatório está agora em fase de regulamentação e estruturação física e deve começar a funcionar de fato no próximo mês. Data também prevista pela secretária de Meio Ambiente e Turismo de Altamira para o início da intensificação do desmatamento em algumas regiões.

"Nesse verão, a tendência é que haja bastante desmatamento, principalmente nas áreas mais distantes da sede do município, como Castelo dos Sonhos, Cachoeira da Serra, Vila Canopus e Vila Cabocla. São lugares longe de tudo e de todos, o que facilita a atuação ilegal, ainda mais com a pressão dos fazendeiros de Mato Grosso e da pecuária extensiva, que são os principais pontos de pressão nesses lugares para as aberturas de áreas", diz. "Nem sempre é possível que as instâncias de governança ambiental estejam presentes na velocidade que esses ilícitos ambientais ocorrem, então esse observatório torna-se uma ferramenta que contribuirá sobremaneira para que seja possível atenuar essa situação problema nesse imenso território", completa Zelma Costa.

Dentro do observatório, o ISA está na equipe técnica executora, junto com Imazon, TNC e a própria Semat. Seu trabalho se dará, sobretudo, na análise de imagens de satélite correspondentes às Unidades de Conservação e das Terras Indígenas, além da realização de análises de vetores de degradação nesses locais. "Queremos entender a dinâmica do avanço da degradação no município, tanto do desmatamento, quanto do corte seletivo de madeira, para poder sugerir ações para atuação no sentido da proteção e da promoção da adequação socioambiental. Conhecer, sistematizar e divulgar as boas iniciativas em andamento também serão alvos do observatório", ressalta Rodrigo Junqueira, coordenador adjunto do Programa Xingu, do ISA.

Zelma Costa também aponta a necessidade de montar bases físicas em vários pontos do município para inibir a atuação dos desmatadores. "Certamente nossa atenção agora está toda voltada para esses quatro lugares que mencionei. Temos que focar o trabalho e buscar fazer a intervenção com apoio possível e necessário. Se for em Terra Indígena vamos buscar a Funai, nas Unidades de Conservação, o ICMBio e precisamos ter a Polícia Federal junto. Assim teremos rapidez e efetividade no trabalho."

Além da Semat, fazem parte do observatório, o ISA, o Imazon, a TNC, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Altamira e os membros do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento.

http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3604

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