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Advogados indígenas discutem inclusão nos cursos de Direito

Secom Unb - http://www.unb.br/
Autor: Thais Antonio
18 de Out de 2010

Um grupo de 20 indígenas de seis estados brasileiros reuniu-se na Universidade de Brasília, entre os dias 14 e 16 de outubro, para discutir inclusão nos cursos de Direito e nas carreiras do Judiciário. A ideia é, a partir das discussões do encontro, promover um seminário sobre povos indígenas e o sistema internacional de Direito. Uma proposta de curso de extensão em Direito Indígena será encaminhada à administração da UnB.

Segundo o pesquisador do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inclusão no Ensino Superior da UnB, Vilmar Martins Guarany, é importante discutir os caminhos para a atuação dos indígenas na produção do conhecimento jurídico. "Queremos que os cursos de Direito tenham a disciplina Legislação Indígena, para que os futuros profissionais tenham acesso a essas informações", explica.

Para Vilmar, há avanços na presença de indígenas na advocacia, já que o número de profissionais cresceu nos últimos anos. "Em 2002, houve um encontro em que havia apenas quatro advogados indígenas", conta. "Oito anos depois somos dezoito e quatro de nós temos mestrado". O pesquisador explica que o maior desafio profissional dos índios é chegar ao doutorado e conquistar cargos em carreiras públicas. "Não há procuradores, juízes ou delegados indígenas".

Dimas Fulni-ô, indígena, é advogado. Ele acredita que o principal obstáculo que os povos tradicionais enfrentam é o desconhecimento dos operadores de direito sobre a legislação indígena. "Na aplicação da lei não prevalece o cuidado com os usos, costumes e as especificidades de cada povo", afirma. O advogado afirma ainda que os estudantes enfrentam preconceito na academia e os profissionais, no mercado de trabalho. "A gente se cobra uma preparação e uma dedicação maior, pois as pessoas julgam que não temos credibilidade", diz.

http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4062

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