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Acre tem três médicos para atender índios

A Gazeta-Rio Branco-AC
Autor: DIVA ALBUQUERQUE
18 de Out de 2002

Com uma população indígena de 13 mil habitantes aproximadamente, o Acre dispõe de três médicos para fazer atendimento em todas as aldeias distribuídas pelo Estado. Proporções confirmadas pela Funasa, órgão responsável pela administração de convênios para a saúde do índio, mostram que com as estatísticas, cada profissional de medicina deve atender a cerca de 4.333 índios.

O quadro de profissionais destinados ao tratamento da saúde do índio deveria ser no mínimo o dobro, segundo a Funasa. No entanto, o desinteresse dos profissionais de medicina em atuar na região tem sido o agente implicador para o descumprimento das metas.

O coordenador regional da Funasa no Acre, Gelcimar Mota da Cruz, confirma a existência de um convênio firmado entre o órgão e a Uni - União das Nações Indígenas, na ordem de 3,5 milhões de reais por ano. Com ele os índios tem assegurado o direito de receber atenção básica nas aldeias. O dinheiro é liberado pelo Ministério da Saúde.

Na prática, os recursos deveriam estar sendo empregados na manutenção de equipes multidiciplinares compostas por médico, dentista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes indígenas. Eles trabalhariam em pólos (postos de saúde direcionado ao atendimento dos índios) fazendo o atendimento diretamente nas aldeias. Até agora, apenas dois dos seis pólos dispõem de médico.

A falta de atendimento nas aldeias resultam na sobrecarga de trabalho do médico que atende na Casa do Índio em Rio Branco. Um outro agravante diz respeito ao fato de os índios doentes serem obrigados a se deslocar até a Capital para fazerem tratamento.

Gelcimar Mota argumentou que a Fundação tem feito esforços no sentido de contratar médicos, sem sucesso. A procura está sendo feita até fora do Estado e via Internet. Os profissionais que aceitam a proposta de emprego desistem após alguns meses de trabalho nas aldeias.

Para ele, o ideal seria que cada equipe multidiciplinar tivesse um médico para prestar a atenção básica de saúde. "Não se trata de um problema administrativo da Funasa ou da Uni. Temos dificuldades em contratar profissionais médicos para os seis pólos".

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