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425 mil ficam sem coleta de lixo após interdição em aterros

OESP, Metrópole, p. C5
04 de Jun de 2008

425 mil ficam sem coleta de lixo após interdição em aterros
Quatro prefeituras terão de encontrar onde colocar 265 toneladas por dia

Diego Zanchetta

Um dia após a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) interditar lixões de quatro cidades, 425 mil pessoas ficaram ontem sem coleta. As prefeituras de Itapecerica da Serra, Araras, Itanhaém e Mongaguá ainda planejavam ontem onde vão colocar nos próximos dias as 265 toneladas diárias de resíduos produzidas pelos municípios.

Os governos das quatro cidades entraram ontem com recursos na Secretaria de Estado de Meio Ambiente para tentar reabrir os aterros. A intervenção foi tomada pelo Estado após o não cumprimento de termos de ajustamento de conduta (TACs) assinados entre as prefeituras e a Cetesb para a recuperação ambiental dos lixões.

"Os prefeitos estão reclamando no final de mandato do fechamento. Só que eles poderiam ter resolvido o problema antes, pois, quando assumiram, nos quatro casos, os termos de ajustamento já estavam em vigor", afirmou Otavio Okano, diretor de Controle de Poluição da Cetesb. "Agora, no último ano de mandato, eles (prefeitos) falam que não tiveram tempo de resolver o problema e jogam a culpa no Estado pela suspensão da coleta? É uma posição muito cômoda a deles."

Itapecerica, na Grande São Paulo, não tem onde colocar as 100 toneladas diárias de lixo, segundo o secretário de Obras, Carlos Hueb. "Somos um município pobre, não temos como alugar um aterro particular. E não existe contaminação ainda no nosso aterro. Não fizemos toda a drenagem das águas pluviais, como previa o termo, mas cumprimos parte dessa medida", argumenta Hueb. "A coleta será realizada em alguns pontos críticos. A normalização depende da liberação do aterro."

Os dois municípios da Baixada Santista, Itanhaém (60 toneladas/dia) e Mongaguá (30 toneladas/dia) também recorreram da interdição de seus lixões. Ontem, a coleta também foi suspensa nos municípios.

O diretor do departamento de Meio Ambiente de Itanhaém, João Paulo de Barros, diz ter ficado surpreso com a decisão do governo estadual - a cidade foi autuada, entre outros motivos, por não ter implantado a coleta seletiva.

Com 116 mil habitantes e 78 toneladas diárias de lixo, Araras também busca alternativas para normalizar a coleta. O município argumenta estar cumprindo o TAC assinado com o governo estadual.

Para o diretor da Cetesb, as quatro cidades contam com alternativas para o depósito de seus resíduos. "Itanhaém e Mongaguá podem depositar em um aterro de Santos licenciado por nós. Itapecerica poderia mandar para o aterro de Pedreira ou de Itapevi, e Araras tem como opção um aterro em Paulínia, também licenciado."

Édson Rodriguez, vice-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), defendeu a ação da Cetesb. "Temos de colocar em operação aterros planejados, e não lixões a céu aberto. Só foram autuadas as cidades que realmente não cumpriram os TACs."

OESP, 04/06/2008, Metrópole, p. C5

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