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20 anos completos: fechado e sem manejo

Diário de Cuiabá - www.diariodecuiaba.com.br
Autor: JOANICE DE DEUS
06 de Abr de 2009

O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães completa no próximo domingo, dia 12 de abril, 20 anos de existência. Após duas décadas de criação, ainda hoje a unidade de conservação (UC) não conta com um plano de manejo aprovado e implantado. Em paralelo, no dia 21 de abril se completa um ano de fechamento do parque para visitação em função do desmoronamento de uma encosta da cachoeira Véu de Noiva, que causou a morte de uma jovem de 17 anos e deixou vários feridos.

O plano de manejo é o documento que estabelece as normas de uso da área e preservação dos recursos naturais. Havia uma perspectiva de que o plano fosse entregue até o fim do ano passado aos órgãos competentes, mas o prazo foi estendido até o próximo dia 12 deste mês, justamente a data de aniversário de um dos cartões postais mais conhecidos do Estado.

De acordo com a analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Priscila Prudente do Amaral, o plano está praticamente pronto. "Entregamos para aprovação ao ICMBio, em Brasília, que fez algumas sugestões", informa. Priscila do Amaral acredita que as alterações necessárias sejam concluídas esta semana. Após essa etapa, o projeto será encaminhado novamente para aprovação jurídica do instituto, o que deverá levar cerca de um mês. "Se aprovado, será publicado no Diário Oficial da União e passarão a valer legalmente as ações, normas e zoneamento", enfatiza a analista.

O plano de manejo está sendo elaborado por uma equipe do ICMBio, envolvendo servidores lotados na própria UC e em Brasília. Além disso, as atividades de campo que embasaram o diagnóstico do meio biótico foram realizadas com apoio de pesquisadores de instituições como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). "Também passou pela consulta o conselho consultivo do parque, composto por 21 instituições", aponta a analista ambiental.

Conforme a representante do ICMBio, o plano de manejo possui mais de 200 páginas, onde estão contidas as oito divisões ou formas de uso do parque nacional, que abrange 32.630 hectares. No plano, 68% da área, o que equivale a 22.188 hectares, é considerada como zona primitiva. Isso significa dizer que só pode sofrer a mínima intervenção humana, sem qualquer tipo de estrutura.

Outros 16% foram caracterizados como zona intangível, o que representa o mais alto grau de preservação, abrangendo 5.220 hectares. "Existem várias áreas destinadas para conservação, sem nenhum tipo de visitação. O vale do Véu de Noiva, por exemplo, é bastante conservado".

Já a zona considerada de uso intensivo, que permite visitação e estruturas como centro de visitantes, lanchonetes e mirantes, ocupa menos de 3% da área total do parque, o que equivale a 978 hectares. "São pontos tradicionais como o Véu de Noiva, as sete cachoeiras e o Portão de Inferno", destaca Priscila, do ICMBio. Outra área definida é a de uso exclusivo da administração da unidade, que corresponde a 0,35% (114 hectares).

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