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Consuming grief: compassionate cannibalism in an Amazonian society.

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Lamentar a morte de entes queridos e recuperar-se de sua perda são experiências humanas universais, mas o processo de luto é tão diferente entre as culturas quanto entre os indivíduos. No final da década de 1960, os índios Wari' da floresta amazônica ocidental comeram a carne assada de seus mortos como uma expressão de compaixão pelo falecido e por seus parentes próximos. Ao remover e transformar o cadáver, que encarnava laços entre vivos e mortos e era um foco de pesar para a família do falecido, os ritos de morte de Wari' ajudavam os parentes enlutados a aceitar sua perda e continuar com suas vidas. Com base nas lembranças dos anciãos de Wari' que participaram do consumo dos mortos, este livro apresenta um dos relatos etnográficos mais ricos  do canibalismo funerário já registrado. Beth Conklin explora as concepções de pessoa, corpo e espírito de Wari, bem como os entendimentos indígenas de memória e emoção, para explicar por que os Wari' achavam que os cadáveres deveriam ser destruídos e por que preferiam o canibalismo à cremação. Suas descobertas desafiam muitas crenças comuns sobre o canibalismo e mostram por que, nos termos dos Wari', era considerada a maneira mais honrosa e compassiva de tratar os mortos.