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Indigenous territories and governance of forest restoration in the Xingu River (Brazil).

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Durante o início dos anos 2000, povos indígenas e não-indígenas que habitavam as cabeceiras do rio Xingu criaram a Campanha `Y Ikatu Xingu, visando a restauração e proteção da cabeceiras e matas ciliares do Xingu. Essas áreas foram significativamente desmatadas nos últimos 50 anos devido a expansão da agricultura e do agronegócio. Com o objetivo de reverter as tendências danosas ao futuro do Rio Xingu e promover benefícios comuns aos povos indígenas e não-indígenas, a Campanha fomentou a criação da Rede de Sementes do Xingu para promover o intercâmbio e comercialização de sementes nativas demandadas por agricultores e proprietários de terras para o plantio e recuperação de áreas de preservação permanente e vegetação associada a lagos e nascentes da Bacia do Rio Suiá-Miçu. O objetivo deste estudo é examinar o papel da Campanha na conservação desses recursos de uso comum - cabeceiras do Xingu, matas ciliares e rios - e na mobilização de grupos sociais heterogêneos que vivem nesta região para a proteção da bacia hidrográfica. A análise foca nos habitantes social e culturalmente diversos (indígenas e agricultores) da bacia do rio Suiá-Miçu, que buscam tecnologias inovadoras para a recuperação de matas ciliares e geração de renda para as comunidades locais. O modelo de Análise e Desenvolvimento Institucional foi adotado para compreender as interações de múltiplos agentes sociais, organizações governamentais e não governamentais, engajados no processo de restauração e proteção dos recursos comuns. O artigo mostra que os povos indígenas têm um papel fundamental nos resultados de restauração e no monitoramento do impacto ambiental na qualidade da água dos rios, bem como nas condições das florestas e outros ecossistemas ao redor das terras indígenas. Discute as perspectivas dos indígenas Kĩsêdjê sobre a governança ambiental em relação aos esforços de restauração e monitoramento, e suas preocupações com um cenário de expansão do agronegócio na região das cabeceiras do rio Xingu.