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Autor: Rebeca Martins
25 de Set de 2024
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), promoveu mais um encontro da formação continuada para os organismos de políticas para mulheres (OPMs), com a temática "Violência contra mulheres indígenas e os diferentes sistemas jurídicos em ação". O evento foi realizado em Rio Branco nesta quarta-feira, 25, em formato híbrido, com a participação das gestoras dos 22 municípios do Acre.
A palestra foi ministrada pela chefe da Divisão dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Semulher, Alessandra Manchinery. O evento também contou com a participação da coordenadora da Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia, Xiú Shanenawá.
Na oportunidade, foram abordadas questões relacionadas à vulnerabilidade das mulheres indígenas diante dos diversos tipos de violência, além de ser destacada a importância do respeito às culturas tradicionais e o correto atendimento a essa população na Rede de Proteção à Mulher, que envolve órgãos dos sistemas de Saúde, Segurança, Judiciário e outros.
"É muito importante entender e atentar às questões específicas culturais das mulheres indígenas. Até porque isso pode mudar em relação à aldeia que ela se encontra e a etnia. Para que a gente consiga, tem que criar estratégias de enfrentamento à violência doméstica que respeitem elas, precisamos garantir que sejam atendidas, ouvidas e respeitadas", ressaltou Alessandra.
Xiú Shanenawá acrescentou: "É fundamental que o sistema de Justiça reconheça as nossas formas tradicionais de resolução de conflitos. Muitas vezes, somos marginalizadas porque nossos sistemas não são considerados válidos ou eficazes. Precisamos de um diálogo constante entre o sistema jurídico estatal e as nossas práticas, para garantir a proteção integral das mulheres indígenas".
O encontro de formação contou com a presença das gestoras dos OPMs e proporcionou uma reflexão sobre a necessidade de abertura intercultural e da busca por soluções que envolvam tanto os sistemas jurídicos formais quanto as tradições indígenas, garantindo assim um suporte mais eficaz e justo para as mulheres dessas comunidades.
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