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Vice-prefeito nega expansão de vilas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: MARILENA FREITAS
20 de Mai de 2004

O vice-prefeito do Uiramutã, José Novaes, negou ontem que os índios favoráveis à homologação em ilhas junto com os não índios estivessem ampliando, por conta própria, as áreas de expansão das vilas após a decisão da desembargadora Selene Almeida, do Tribunal Regional Federal, 1ª Região, a qual determinou a exclusão das vilas, sede do município, faixa de fronteira, áreas produtivas, estradas e rodovias.

"Jamais acontecerá isso. Nós não trabalhamos com esse tipo de artifício", disse o líder indígena. Na opinião dele, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) joga esse tipo de informação na mídia com a finalidade de "confundir a cabeça das autoridades".

"Estamos aguardando a decisão jurídica final. A expansão será feita, mas com base em um estudo técnico", reforçou, ao dizer que a desembargador manteve a decisão do juiz federal Helder Girão Barreto porque "viu e sentiu a necessidade do município".

Segundo Novaes, a Lei Orgânica do Município determina uma área de expansão da sede do Uiramutã e das vilas, apenas a metragem não está definida. "Antes de expandir, será necessário consultar as comunidades que estão fora da vila", disse.

SANGUE - Indagado se os ânimos entre os próprios índios estavam acirrados naquela localidade e se a decisão final do presidente da República, Lula da Silva (PT), poderá resultar em derramamento de sangue, José Novaes acredita que acontecerá, apesar de saber que não vale a pena esse conflito.

A preocupação, segundo ele, é que o CIR estaria ameaçando a retirada tanto dos não índios quanto dos índios contrários à área única, caso seja homologada a reserva.

"Nós, índios, não vamos sair de lá se for em área contínua", disse. Perguntado se eles iriam lutar para que os não índios continuassem ocupando as terras, respondeu que não teria porque fazer isso, por ser uma determinação final do presidente da República. "Agora saber se eles [não índios] vão aceitar sair é que é o problema", comentou. "Qualquer decisão a ser tomada, as medidas determinadas terão que ser feitas com responsabilidade, respeitando as comunidades".

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