Folha de Boa Vista- Boa Vista-RR
15 de Jan de 2003
Lamentando a morte do primo Aldo Mota, o vice-prefeito José Novais afirma que o ato trágico tem que ser esclarecido via Justiça. "Os criminosos não podem ficar impunes. Ninguém tem o direito de tirar a vida, seja de índio ou de não índio". Novais repete que esse episódio não pode nem deve ser usado como o estopim para uma decisão de Brasília que venha prejudicar a todos.
O vice-prefeito declara-se insatisfeito com a desagregação pregada pelos padres na região. Sua família é uma das que está divida por conta "dessas idéias nefastas". Seu próprio irmão, o tuxaua da comunidade de Uiramutã I, Orlando Pereira da Silva, é líder do CIR, enquanto ele, Novais, está no lado oposto, como um dos diretores da Sodiur, ou seja, são inimigos ferrenhos.
"Nós da Sodiur somos partidários de quem quer nosso desenvolvimento como seres humanos", declarou o vice-prefeito, reconhecendo que, embora índios, não querem de foram alguma voltar a viver isolados. "Hoje nós somos a favor do Governo porque é o Estado que nos tem proporcionado escolas, postos médicos, utensílios de trabalho e tantas outras coisas que fazem nos sentirmos pessoas normais", disse.
"A meta da Sodiur é trabalhar para que os índios alcancem a auto-sustentação", afirma o vice-prefeito. "A gente jamais quer se desagregar de outros segmentos que nos ajudam, tais como o governo, os plantadores de arroz, enfim, de todos que nos impulsionam ao crescimento".
Para ele, o importante é que as comunidades indígenas possam trabalhar, fazer projetos, criar mecanismos para que os "parentes" possam se tornar autônomos, que possam ter seu próprio carro para o transporte da produção, casas com todo o conforto do branco, enfim, poderem se considerar gente de verdade.
Projetos como piscicultura, apicultura, agricultura mecanizada, pecuária e outros são bem-vindos. Só que até hoje, segundo ele, nem a Diocese nem o CIR ou muito menos a Funai lhes têm dispensado esses benefícios. "Quem nos ajuda sempre são as Prefeituras e o próprio Governo do Estado", frisou
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