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Vento reaviva fogo no norte da Ilha Grande

Gazeta do Povo-Curitba-PR
26 de Set de 2003

Caçadores estão aproveitando a destruição da mata nativa para matar animais silvestres.
Apesar do tempo fechado, não choveu ontem no Parque Nacional de Ilha Grande, Noroeste do estado, na divisa com Mato Grosso do Sul, e o Ibama não pôde considerar totalmente extinto o fogo que começou domingo na reserva. A frente de fogo maior foi controlada quarta-feira, mas ontem surgiram outros dois focos menores, dos quais um foi debelado e, até o início da noite, outro continuava queimando a parte norte do parque em Vila Alta. Pouco mais de 25 mil dos 78 mil hectares do parque foram queimados.

O vento forte de ontem fez os pequenos focos do incêndio em Vila Alta ameaçarem a ponta norte da Ilha Grande, a área onde há terra firme e árvores maiores, como figueiras, ingás, angico vermelho e outros. Algumas casas de pescadores na localidade denominada Pindorama também estavam no caminho do fogo e poderiam ser destruídas durante a noite se não chovesse, conforme previsão meteorológica. A direção do parque nacional revelou que a área queimada poderá chegar a 30 mil hectares com os focos que persistiram ontem.

A diretora do parque, Maude Nancy Joslim Mota, anunciou ontem o início da operação "Caça Caçador" para evitar que os animais sejam abatidos por caçadores na região queimada. Ela disse que os biólogos e outros pesquisadores encontraram uma onça, um cervo e uma capivara abatidos a tiros, além de sinais de caçadores nas margens do Rio Paraná e de lagoas no interior da Ilha Grande. A operação está sendo realizada pela Polícia Federal e fiscais de prefeituras próximas e do Ibama. Ontem foi pedido apoio da Polícia Militar. Por causa do incêndio, os animais ficaram sem abrigo natural e se tornam presas fáceis aos predadores.

O fogo desta semana destruiu a área central da Ilha Grande, a maior do arquipélago, com cerca de 50 mil hectares. É uma área de vegetação rasteira (gramíneas) e banhado (várzea).

O Ibama informou que os custos da operação para combater o fogo são altos. No entanto, o valor total só será conhecido em duas semanas. Além de fiscalizar a caça na região, as polícias tentam identificar as causas e os culpados pelo fogo, que teria sido criminoso.

Este é o terceiro maior incêndio do ano no parque. Os outros dois foram no começo do mês e destruíram quase 8 mil hectares da Ilha Bandeirantes e da várzea continental. Há quatro anos o fogo não atingia Ilha Grande com tanta intensidade.
(Osmar Nunes-Gazeta do Povo-Curitiba-PR-26/09/03)

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