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Vence prazo para desocupar fazenda

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
04 de Abr de 2003

A Funai ainda não apresentou relatório antropológico sobre a área invadida, mesmo tendo garantido que entregaria até o dia 31 de março

Venceu ontem o prazo para que os indígenas que estão acampados na Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti, deixem a propriedade. Os advogados dos proprietários do imóvel rural, a partir do momento em que a área foi ocupada, entraram com um pedido de reintegração de posse e tiveram parecer favorável da Justiça Federal. A Funai recorreu e conseguiu uma prorrogação, cujo prazo final foi ontem. Por outro lado, a Funai ainda não apresentou o relatório antropológico sobre essas terras, mesmo tendo garantido que entregaria até o dia 31 de março ultimo.
A Fazenda Brasília do Sul está em litígio há vários anos. Um grupo de índios vem reivindicando os mais de 8 mil hectares da fazenda, sob a alegação de que se trata de terra indígena, ou seja, naquele local existiria uma aldeia chamada Takuara, habitada pela família de Veron. Essa família, teria sido expulsa por fazendeiros que posteriormente teriam se apossado das terras. Com esses indícios, o Ministério da Justiça determinou um levantamento antropológico para tentar localizar vestígios da presença de índios na propriedade e o relatório deveria ser apresentado no mês passado.
Com a demora no processo, há pouco mais de um ano os índios comandados por Marcos Veron, que haviam ocupado em 98 uma pequena parte da fazenda, decidiram invadir a sede da propriedade e praticaram atos de violência.
Por determinação judicial eles foram obrigados a sair das terras. No dia 11 de janeiro último, esse mesmo grupo que estava desaldeado voltou à fazenda, quando ocorreu o confronto que resultou na morte do líder Marcos Veron, tentativa de homicídio contra um menor, além de agressão a vários outros índios. Por autorização da Justiça Federal o líder guarani foi enterrado na própria fazenda e desde então seus familiares e outros índios não saíram mais do local. No Tribunal Regional Federal da 3ª região existem três ações que ainda não haviam sido julgadas, com a finalidade de impedir a retirada dos índios.

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