O Globo, Economia, p. 37
29 de Set de 2012
Vale paralisa obra de siderúrgica na Pará
Governo federal retirou do PAC hidrovia que seria feita no local
A construção da siderúrgica da Vale no Pará patina entre em impasse da mineradora com o governo e a necessidade de adiar investimentos por causa da crise, afirmaram fontes à agência de notícias Reuters. As obras de construção da Aços Laminados do Pará (Alpa) estão suspensas porque o governo federal retirou do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano uma hidrovia crucial à siderúrgica, revelaram autoridades do Pará.
As informações que temos é que ela chegou a fazer terraplenagem, mas resolveram interromper em função da ausência da obra da hidrovia do Tocantins - disse o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal.
A maior produtora de minério de ferro do mundo confirma que aguarda definição da solução logística por parte do governo federal, mas que prossegue com o projeto - uma usina de US$ 3,2 bilhões e capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço, em Marabá.
A Vale atribui a interrupção da terraplenagem a um problema com uam parte do terreno, cuja desapropriação foi contestada na Justiça. Segundo a prefeitura de Marabá, alguns operários continuam no local, mas sem avançar em obras estruturantes.
Leal disse que a diretoria da Vale pediu que o governo assinasse um protocolo de intenções se comprometendo com as obras da hidrovia; com isso, ela retomaria as obras imediatamente.A Vale não quis comentar o assunto.
A entrada da Vale na siderurgia, defendida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, gerou um atrito que culminou na saída de Roger Agnelli da presidência da mineradora. Mas, segundo uma fonte, que pediu para não ser identificada, projetos de siderurgia não estão entre as prioridades da Vale.
O Globo, 29/09/2012, Economia, p. 37
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