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Uniao de esforcos

JB, Opiniao, p.A10
25 de Fev de 2005

União de esforços

Pregada pela ministra Marina Silva, a união de esforços municipais, estaduais e federais para combater os crimes ambientais tem o peso da correção e da urgência necessárias à causa. Sem a conjugação de forças entre ministérios e polícias, poder público e sociedade civil, não há como redimir o país do estágio bárbaro perpetuado pela ilegalidade e pelo atraso no atendimento a demandas sociais básicas - escravo, décadas a fio, da tradição assistencialista.
Embora fiel à preferência do governo - esse e outros - à reação em lugar da prevenção, a iniciativa é louvável. Exige, contudo, rigor técnico, cooperação e disposição política para ultrapassar a arrebentação retórica. Para transformar-se em medidas sustentadas contra a exploração ilegal da terra. E a violência selvagem que a alimenta.

Convergidas para tal propósito, as parcerias entre Ibama, prefeituras e polícias Federal, Municipal e Florestal compõem a perspectiva de vencer a guerra, e não apenas as batalhas iluminadas pela mídia. Igualmente esperançosa é a abertura de concurso para 610 novos fiscais.

Desprovida de vigilância, a abertura ou a ampliação de áreas preservadas - como as cinco recém-criadas na Amazônia, em resposta ao assassinato da missionária Dorothy Stang - torna-se uma peça de marketing. Pouco além de oferenda à opinião pública.

Intensificar a fiscalização apresenta-se essencial à erradicação da impunidade resistente. Mas não basta aumentar a quantidade de vigilantes. É preciso provê-los de estrutura para desempenhar o papel decisivo na cruzada contra a brutalidade.

JB, 25/02/2005, Opinião, p.A10

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